Crítica Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito

O início de um desfecho que está pronto para ser triunfal nos cinemas

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Finalmente chegamos a esse momento: o fim de Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba, seis anos após o seu início. A saga dos caçadores de oni e sua batalha milenar contra o vilão Muzan Kibutsuji caminha para a conclusão. O primeiro filme da trilogia Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito estreia nos cinemas brasileiros no dia 11 de setembro. Nós assistimos convidados pela Sony Pictures e trazemos aqui a nossa crítica. Lembre-se que todas as temporadas anteriores do anime estão disponíveis na plataforma de streaming da Crunchyroll nessa página.

Dando sequência aos acontecimentos da última temporada, o Arco do Treinamento dos Hashiras, acompanhamos os caçadores de oni adentrando o Castelo Infinito, criado por Muzan, para derrotar o grande vilão. Ao longo do filme, fica claro o reforço de que este é o arco final, já que os personagens repetem constantemente que “hoje à noite a guerra milenar irá acabar”. A parte curiosa é que esse “hoje”, citado na obra, pode demorar um pouco, já que o próximo longa da trilogia está previsto apenas para 2027, enquanto o capítulo final chega somente em 2029.

Além disso, chamar de “trilogia” pode soar estranho, pois o filme não segue uma estrutura tradicional de longa-metragem. O que temos é quase uma maratona de combates incríveis, muito bem animados e com personagens amados pelos fãs.

É compreensível que alguns espectadores considerem decepcionante, caso esperem uma narrativa mais elaborada, mas quem ajustar a expectativa conseguirá aproveitar a experiência. Outro detalhe interessante é a montagem: em alguns pontos, há cortes que lembram o encerramento de episódios, sugerindo que, assim como aconteceu com Trem Infinito, uma versão seriada deve ser lançada futuramente. Ainda assim, os três principais confrontos – Shinobu Kocho vs. Doma; Zenitsu Agatsuma vs. Kaigaku; e Tanjiro Kamado e Giyu Tomioka vs. Akaza – entregam frenesi e intensidade, com destaque para a luta entre Tanjiro e Akaza, uma das mais marcantes da obra.

Crítica Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito
©Koyoharu Gotoge / SHUEISHA, Aniplex, ufotable

Os combates adaptados nesta primeira parte carregam forte peso dramático. Quase todos os envolvidos têm histórias pessoais a resolver: Kocho busca vingança contra Doma, responsável pela morte de sua irmã; Zenitsu luta para restaurar a honra de seu mestre, que cometeu seppuku após descobrir que Kaigaku havia se tornado um oni; e Tanjiro enfrenta Akaza em uma luta que simboliza a resistência humana, para provar que Rengoku não estava errado ao se manter fiel à sua humanidade até o fim. Do outro lado, Akaza não entende bem a origem de sua rivalidade com Tanjiro, mas sente uma necessidade visceral de derrotá-lo.

Os demais caçadores de oni também têm seus momentos, embora não sejam o foco. Muichiro Tokito, Sanemi Shinazugawa e Gyomei Himejima ainda carregam o luto pela morte de Ubuyashiki, que se sacrificou para enfraquecer Muzan e dar início à batalha final. Apesar do peso emocional, eles entendem que este não é o momento para lamentar: o foco deve permanecer na luta contra o vilão. Do lado de fora, os filhos de Ubuyashiki, sobreviventes da tragédia, trabalham para apoiar os guerreiros presos no Castelo Infinito. Mesmo em papéis secundários, eles têm importância fundamental para o desenvolvimento da trama.

Crítica Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito
©Koyoharu Gotoge / SHUEISHA, Aniplex, ufotable

Um filme criativo e brutal

O público já está acostumado à narrativa instigante de Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, mas Castelo Infinito entrega uma experiência coesa, com começo, meio e fim bem delimitados dentro da proposta. Embora não encerre a trama principal, o filme conclui de forma satisfatória quase todas as linhas narrativas que apresenta.

Visualmente, possui impacto com coreografias de luta espetaculares, embaladas por uma trilha sonora que soam grandes vibrações que amplifica a intensidade das cenas. Os diálogos são bem construídos e percebemos toda dramatização da obra, mantendo o público imerso do início ao fim.

Outro ponto de destaque é a dublagem em português brasileiro. Mesmo para quem prefere o áudio original, a versão nacional surpreende pela qualidade. Algumas falas foram adaptadas com criatividade, trazendo leveza, humor e camadas extras de interpretação. Independente de como começou assistir esta jornada, sabemos o papel importante de Demon Slayer como uma das produções mais relevantes do anime contemporâneo.

Crítica Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito
©Koyoharu Gotoge / SHUEISHA, Aniplex, ufotable

Gamerdito (Veredito): Vale a pena assistir Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba: Castelo Infinito?

Apesar das 2h30 de duração parecerem longas, o ritmo flui de maneira leve, e o tempo passa quase despercebido. O ponto mais questionável é o uso excessivo de flashbacks, um recurso frequente nos animes atuais, que pode soar repetitivo para parte do público. Ainda assim, quem já acompanha obras do gênero dificilmente estranhará esse estilo narrativo.

Mesmo com ritmo fragmentado, alternando entre batalhas intensas, lembranças e transições, o filme mantém o interesse. O maior desafio está no ato final, que se prolonga em contextualizações antes de alcançar os momentos decisivos. Essa escolha pode testar a paciência de alguns, mas também prepara o terreno para o clímax definitivo.

Mais do que uma continuação, Castelo Infinito funciona como aquecimento para o aguardado desfecho da saga iniciada em 2019. A jornada de Tanjiro Kamado chega ao seu ápice, e este capítulo deixa claro que sua função é alinhar as últimas peças para a batalha final contra Muzan Kibutsuji.

Independentemente do motivo, seja a paixão pelos personagens, o desejo de acompanhar cada detalhe da história ou simplesmente o impacto visual das lutas, o filme entrega a melhor experiência da franquia até aqui.

Encerro, esta crítica com uma nota 4,5/5 ao qual desejo que os próximos filmes tenham um nível igual ou superior para um desfecho épico!


Vale destacar que a classificação indicativa de +18 é condizente com a intensidade do conteúdo, ainda que reduza os momentos mais leves ou cômicos. Mesmo assim, a força da produção e o engajamento dos fãs tornam o longa um marco essencial na saga dos caçadores de oni. Esta mudança, às vésperas da chegada do longa-metragem aos cinemas, é devido algumas mudanças nas leis brasileiras para preservar o impacto em pessoas mais sensíveis.

Marcus Vinicius
Marcus Viniciushttps://www.meugamer.com/
Entusiasta do universo dos animes, mangás e tokusatsu, também escrevo sobre cinema, séries e as principais tendências da cultura pop japonesa e ocidental. Meu propósito é compartilhar análises, curiosidades e novidades que aproximam fãs desse universo, unindo informação, entretenimento e paixão pela cultura geek. Do clássico ao contemporâneo, exploro o impacto de produções que marcaram gerações, discuto teorias, mergulho em personagens inesquecíveis e acompanho de perto os lançamentos que movimentam a comunidade otaku. Além do Japão, também abordo obras e fenômenos globais que moldam a cultura pop, trazendo conteúdos que despertam nostalgia, reflexão e novas descobertas para quem vive intensamente esse mundo.

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