Anaconda (2025) | Crítica: Do Trash Cult ao Blockbuster Cômico de Natal

Uma opção para quem é fã

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Anaconda (2025), dirigido por Tom Gormican (Um Tira da Pesada 4: Axel Foley), chega aos cinemas como um reboot inesperado e bastante diferente do thriller de 1997. Em vez de repetir a fórmula séria da caça à cobra gigante, o filme transforma a premissa em uma comédia de ação autoconsciente, na qual um grupo de amigos em crise de meia-idade decide realizar o sonho de refilmar, de forma amadora, o “clássicoAnaconda na floresta amazônica. Esta crítica se baseia no que esse recomeço consegue, de fato, entregar.

O que começa como uma produção caótica e de baixo orçamento se transforma em um pesadelo real quando uma anaconda de verdade — além de outras situações extremas — entra em cena, misturando perseguição, sobrevivência e uma dose generosa de humor absurdo. A descrição chega a lembrar Trovão Tropical (2008), filme que também recebeu críticas mistas e contou com Jack Black em seu elenco.

O que para alguns fãs poderia parecer uma forma da Sony Pictures “estragar” a franquia acaba se tornando um grande trunfo. A pitada de humor dita o ritmo do filme do começo ao fim. Não se trata de uma comédia escrachada que ignora o suspense: os jump scares são genuínos, as cenas de perseguição na selva mantêm a tensão característica do gênero, e tudo é temperado com piadas afiadas, situações absurdas e uma autocrítica do cinema dos anos 1990. Do início ao fim, o filme funciona como uma montanha-russa de risadas e sustos, ideal para quem busca diversão.

O elenco conta com Jack Black (Doug McCallister), Paul Rudd (Ronald Griff), Steve Zahn (Jenny Trent) e Thandiwe Newton (Claire Simons), além do destaque para a presença de atores brasileiros no elenco principal. Selton Mello brilha como Carlos Santiago, o domador de cobras local que se junta à trupe ao lado de Heitor, sua cobra de estimação, trazendo carisma irresistível e um timing cômico impecável. Sua performance é natural, divertida e cheia de energia, provando mais uma vez por que ele é uma referência do cinema nacional. Além disso, Rui Ricardo Diaz aparece como um policial, adicionando ainda mais peso do audiovisual brasileiro a essa produção hollywoodiana. As cenas em português conferem autenticidade, inclusive com exibição legendada no exterior, enriquecendo a experiência global sem perder espontaneidade.

A nostalgia é outro acerto. Jennifer Lopez e Ice Cube fazem participações especiais que remetem ao filme original de 1997, criando um elo nostálgico para os fãs. São aparições rápidas, mas carregadas de afeto pelo cult classic, sem exageros. Também merecem destaque as sátiras sutis à própria Sony, produtora do longa. Em diversos momentos, o roteiro “cutuca” o estúdio de forma inteligente, com piadas sobre orçamentos apertados, remakes desnecessários e o caos das produções hollywoodianas, tornando a narrativa ainda mais afiada e autorreferencial.

Alguns espectadores podem receber de forma positiva as mensagens que o filme busca transmitir, enquanto outros talvez não consigam digerir completamente essas escolhas narrativas.

Sobre Black e Rudd, os dois apresentam uma química interessante. Ambos são mestres do exagero — algo que agrada a alguns e incomoda outros. Contudo, esses filmes são recheados de excessos que arrancam risadas justamente pelo nonsense, mas que aqui é trabalhado de forma interessante.

Afinal, o que esperar de Anaconda (2025)?

No fim das contas, Anaconda é uma surpresa tanto para os fãs da franquia quanto para os apreciadores do gênero. Sem tentar ser melhor que o original, o filme opta por entreter de forma irreverente, entregando diversão pura, um elenco carismático, efeitos visuais competentes para a cobra em CGI e uma energia contagiante. Para quem gosta de comédia misturada com aventura, trata-se de uma ótima pedida para os cinemas, com risadas do início ao fim e sustos que mantêm o coração acelerado.

E não saia da sala antes do fim dos créditos: há uma cena especial que merece ser vista.

A nota final desta crítica para Anaconda (2025) é 4/5. Durante a CCXP25 o filme ganhou um painel especial com Shelton Mello sendo um dos destaques.

O longa-metragem estreia nos cinemas brasileiros em 25 de dezembro de 2025, no dia de Natal.

Nane Tasca
Nane Tascahttp://www.meugamer.com
Apaixonada pelo universo dos games, devoradora de séries e cinéfila de carteirinha, encontro também no teatro a magia das histórias que ganham vida. Doidinha das redes sociais, aspirante a jornalista, tento embarcar em tudo com um olhar crítico, mas sem perder a leveza. De pixel em pixel, de cena em cena, de palco em palco, e até na degustação de um bom prato, quero sempre compartilhar uma visão clara e, claro, com uma boa dose de descontração. Amo viagens e tenho um pezinho no mundo da beleza.

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