Finalmente, a Disney conseguiu resgatar aquela essência de 20 anos atrás que a consagrou como líder absoluta na produção de animações. Há tempos eu não via uma produção live-action da Disney que realmente alegrasse meus olhos. Muitas adaptações anteriores simplesmente não conseguiram capturar a alma das animações originais. Esta crítica é sem spoilers, mas direta ao ponto, para te ajudar a decidir se vale a pena ou não ir ao cinema.
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Mas posso afirmar com convicção: o live-action de Lilo & Stitch é a melhor coisa que a Disney fez nos últimos 10 anos. Ali, senti novamente a verdadeira essência e qualidade da Disney – algo que ela nunca deveria ter perdido. O filme conseguiu transportar para o live-action quase tudo que tornou a animação original de 2002 tão especial.
Claro, algumas mudanças foram feitas – e, surpreendentemente, funcionaram muito bem. Um exemplo é o personagem Cobra Bubbles (Courtney B. Vance), que na animação era um ex-agente da CIA disfarçado que trabalhava como assistente social. No live-action, quem assume esse papel é a atriz Tia Carrere como “Mrs. Kekoa“, homenageando diversos atores havaianos que se destacaram nos anos 90 e 2000. Isso trouxe um charme a mais para o elenco, incluindo também o ator Jason Scott Lee, que já havia trabalhado com a Disney.
Maia Kealoha é um achado como Lilo
Outro grande acerto foi a escolha da atriz que interpreta a Lilo, Maia Kealoha – ela está simplesmente excepcional. Parece que nasceu para o papel. Sua atuação transmite uma naturalidade impressionante, como se fosse parte do próprio cenário.
A carga dramática da trama segue firme: Lilo perdeu os pais e vive com sua irmã Nani (Sydney Agudong), que precisa lutar diariamente para manter a guarda dela, pagar as contas e sustentar a casa. Vemos os sacrifícios que a Nani faz, inclusive abrindo mão de uma vaga em uma excelente faculdade para cuidar da irmã. Ainda assim, tudo parece desmoronar com a chegada de Stitch, que inicialmente destrói tudo que Nani tentou construir. O dilema de prioridades e a luta diária pela família são muito bem retratados.
Os elementos cômicos também funcionam. O cientista maluco que criou o Stitch – o Experimento 626 – continua divertidíssimo, com piadas que agora funcionam até melhor. Interpretado por Zach Galifianakis, Jumba aparece em CGI e também em versão humanizada, o que parece uma forma de economizar nos custos. O mesmo vale para Pleakley, agora interpretado por Billy Magnussen — a dupla surge tanto nas versões alienígenas quanto nas formas humanas. O personagem Stitch é interpretado novamente por Chris Sanders, que também dublou o original – e isso traz ainda mais nostalgia.
Já a atriz que vive a Nani, Sydney Agudong, traz todo o carisma da personagem animada. Alegre, determinada, cheia de vida ao mesmo tempo, se frustra por não conseguir entregar o melhor para sua irmã. Ela soube respeitar o legado e entregar algo que agradasse os fãs antigos.
Talvez uma ou outra mudança no final do filme pudesse ter sido evitada, mas são detalhes que não comprometem a experiência. O filme traz momentos tocantes, engraçados e até emocionantes. É impossível não se envolver e para aqueles mais sensíveis, até uma lágrima poderá ocorrer em determinado momento.
O diretor Dean Fleischer Camp, conhecido por trabalhos em curtas premiados, mostrou que é capaz de comandar um projeto desse porte com sensibilidade e respeito à obra original. A fotografia é bonita, o clima havaiano está presente, e o filme é uma celebração da família – como o próprio lema da animação diz: “Ohana significa família, e família jamais é deixada para trás.”
Gamermedito (Veredito) filme Lilo & Stitch 2025
Algumas pequenas ressalvas, mas é um dos live-actions mais fiéis da Disney, equilibrando nostalgia com atualizações bem-vindas. Vale muito a pena ver – sozinho, com os filhos, com os sobrinhos… ou simplesmente com o coração aberto.
Assim sendo, finalizo minha nota para esta produção que encantou décadas e agora ganhou seu próprio live-action com 4/5. Fui acreditando ser mais do mesmo e sai da cabine de imprensa convido pela Walt Disney Pictures com a sensação que eles cumpriram seu papel! É algo charmoso que, com certeza, receberá uma bilheteria para entrar na história do cinema, que superará o seu original.
Por fim, o filme estreia oficialmente nos cinemas brasileiros em 22 de maio de 2025. Fique sabendo, que após sua retirada de cartaz entrará automaticamente na plataforma de streaming do Disney Plus.
Aloha!