Zootopia 2 é a sequência que salva o dia com lições atemporais. Estreando em 27 de novembro, o novo filme da Walt Disney Animation Studios chega aos cinemas como uma continuação muito esperada e, felizmente, extremamente bem-sucedida do clássico de 2016. Com humor afiado, animação impecável e mensagens que continuam relevantes, Zootopia 2 possui oportunidade de atrair a nova geração e os espectadores que gostaram do primeiro.
Dirigido pelos veteranos Byron Howard e Jared Bush, o filme traz de volta a dupla icônica, nossa coelha determinada Judy Hopps (na dublagem em português do Brasil por Mônica Iozzi) e a raposa sarcástica Nick Wilde (por Rodrigo Lombardi), agora parceiros oficiais na Polícia de Zootopia. Na versão americana fica por conta de Ginnifer Goodwin e Jason Bateman respectivamente.

A trama adentra num mistério instigante, um réptil misterioso (dublado por Danton Mello) invade a metrópole mamífera e bagunça completamente o equilíbrio da cidade. Judy, sempre agitada, arrasta o relutante Nick para investigar, desobedecendo às ordens do chefe Bogo (Ramon Campos) e até sendo mandados para uma terapia de casal policial. O que começa como uma caçada a um artefato antigo evolui para uma reflexão profunda sobre preconceito, inclusão e respeito a todas as espécies.
A animação da Disney está, como sempre, com visuais bem trabalhados: as texturas de pelos e escamas parecem realmente vivas, os cenários são extremamente detalhados e ainda aparecem vários easter eggs.
O filme traz sequências de ação dinâmicas, nas quais exploramos ainda mais cada distrito de Zootopia, que na minha opinião prenderá a atenção do público do começo ao fim. O humor continua sendo o grande ponto alto, repleto de trocadilhos que funcionam lindamente. A dublagem de Rodrigo Lombardi está ainda melhor: voz mais rouca, tiradas rápidas e pausas dramáticas perfeitas, arrancando as maiores gargalhadas da sala. Mônica Iozzi, por sua vez, consegue ser fofa sem cair no meloso e durona na medida certa, alcançando o equilíbrio exato que a Judy pede. Os dois estão visivelmente mais conectados, formando um par químico perfeito.
A exibição para nossa crítica foi na versão dublada em português do Brasil, como costuma acontecer com animações da Disney. Por isso, não pude comparar o desempenho dos atores na língua original do longa-metragem.
A grande surpresa fica por conta de Danton Mello como Gary De’Snake, que entrega uma atuação absolutamente carismática, controlando o sotaque sibilante e roubando todas as cenas em que aparece.
A dublagem brasileira não se limita a ótimas interpretações, o roteiro adaptado está repleto de gírias atuais e piadas que só funcionam aqui, algo que o Brasil sempre soube fazer muito bem. Até as novas músicas da Gazelle (dubladas pela própria Shakira) ganharam letras em português que rimam e fazem sentido. Alguns podem não gostar quando as músicas são adaptadas para o idioma local, na minha opinião soa interressante em diversas produções da Disney.
No fim das contas, Zootopia 2, prova que sequências podem ser mais que um tiro no escuro, exibindo que há esperança para futuras animações da criadora do Mickey Mouse. O sentimento do espectador deverá ser parecido com o primeiro filme e nuances aprimoradas. Os novos personagens devem agradar até os mais críticos, seja no roteiro e no visual de cada elemento apresentado. Reforçando o legado de 2016 — quando o primeiro filme arrecadou 1 bilhão na bilheteria global —; esta nova sequência tem potencial para chegar perto desse feito e, arrisco dizer, provavelmente será uma das indicadas ao Oscar 2026 de Melhor Animação.
E com certeza deixa um gostinho para um possível Zootopia 3, quem sabe?
Por isso, finalizo minha crítica para esta sequência de Zootopia com a nota 4/5. Aproveite o fim de ano para boas risadas e vá aos cinemas enquanto o filme estiver em cartaz em todo o Brasil.
O longa-metragem chegará futuramente também ao Disney Plus, e publicaremos em nosso site a data oficial assim que for confirmada na plataforma.
