Quando recebi o comunicado do anúncio do jogo Loulan: The Cursed Sand, no qual a Sony Entertainment America estava envolvida, parei para assistir ao vídeo da revelação. Como mencionei no artigo primário sobre o jogo, ele trouxe um efeito de nostalgia para títulos clássicos como Prince of Persia e também God of War. Porém, não é de hoje que fãs questionam, nas redes sociais, que a jornada de Kratos se afastou muito de suas origens — e sempre sonham com uma versão voltada para os primórdios.
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Sinceramente, acredito que seja quase impossível retornar ao que era antes. Até porque a franquia sempre vendeu bem, sem comprometer a Santa Monica ou gerar qualquer pensamento da Sony em fechar essa divisão. Há controvérsias sobre como Kratos está hoje em dia ao lado de Atreus e seus ensinamentos. Se pegarmos o primeiro God of War, que neste ano de 2005 completa 20 anos de seu lançamento oficial no PlayStation 2; percebemos o quanto há da água do legado inicial desse semideus, que mais tarde se tornaria o que conhecemos na franquia.
O vídeo de Loulan mostra combates que, se analisados quadro a quadro (frame to frame), ficam muito similares ao estilo de luta de Kratos. Até os monstros místicos remetem à imersão completa dos tempos de ouro dos hack and slash. Na página oficial do jogo na plataforma Steam, é informado que ele também terá essa temática. Pode parecer batida, mas são poucos os títulos que conseguem entregar um combate com perfeição e agradar aos jogadores atuais.

Passando-se em um tempo distante, quando a China era um local comercial importante devido à famosa Rota da Seda — que ligava a Ásia à Europa —, o jogo traz um clima ainda mais nostálgico para quem é apaixonado pelo passado. A trama será baseada na Princesa Xiaohe, uma nobre que realmente existiu, encontrada em 2003 na região de Xiaohe, em Lop Nur, Xinjiang, enterrada há aproximadamente 3.800 anos.
Os desenvolvedores da ChillyRoom não deram um nome exato ao guerreiro, apenas “Areia Amaldiçoada”, que é a tradução literal de Cursed Sand — por enquanto, algo vago. Mas devemos ter essa revelação em breve, possivelmente quando o jogo estiver próximo de sua data de lançamento oficial. Ele terá que adentrar no reino perdido de Loulan, que dá título ao jogo.
Enquanto produzia esta matéria e assistia novamente ao trailer, surgiu como sugestão um vídeo de David Jaffe, criador da franquia God of War. Não é segredo para ninguém que ele nunca deixou de se lamentar por não estar mais diretamente ligado à saga. Na imagem de destaque do vídeo, ele diz que Loulan: The Cursed Sand é o verdadeiro God of War do PlayStation 5. Talvez tentando dizer que os jogos do deus grego não são mais como ele idealizou nos anos 2000.


Ou apenas contente por ver algo que resgata aquela química do passado. Como citei no outro artigo, há veteranos na indústria que trabalharam em grandes estúdios — inclusive na própria Santa Monica —, e é nesse momento que tudo faz sentido para esperarmos algo parecido com o passado de ouro. No blog da PlayStation, é citado que as influências vêm diretamente dos arcades (fliperamas) e que o objetivo é retrabalhar quebra-cabeças — o deserto seria um cenário especial para isso.
Estilos que caracterizam o jogo Loulan: The Cursed Sand
Assim como nas primeiras jornadas de Kratos, que traziam momentos de exploração e resolução de enigmas para avançar, também haverá esse tipo de elemento em The Cursed Sand. O único problema é que, entre os estilos do jogo listados no Steam, aparece o termo soulslike. Acredito que esse não será necessariamente o foco principal, já que os vídeos não mostram combates do gênero souls. Além disso, não será de mundo aberto, e sim uma narrativa mais linear ou semilinear. Pode haver locais que só permitem avanço quando todos os inimigos da região forem derrotados, em um estilo próximo ao roguelite.

A visão é isométrica e exibe um clima sombrio e devastado ao mesmo tempo, deslumbrante para quem gosta de uma temática de desolação. A trilha sonora exibe a exploração do combate com as nuances das areias do deserto do oriente.
A transição das lutas e dos poderes utilizados pelo protagonista é intensa e interessante. Com sua maldição, ele invoca areia para envolvê-lo, atravessando lugares ao mergulhar na forma de osso sólido para a área. Essas transformações podem ser um dos puzzles que serão adicionados ao jogo para avançar em determinados locais do cenário.
Esse fato mostra como podemos ficar esperançosos para o lançamento deste jogo. É claro que um trailer pré-redesenhado é diferente de um teste alfa, beta ou de uma demonstração prévia antes do lançamento oficial. Contudo, darei um voto de confiança, na esperança de que ele seja um sucessor espiritual de God of War, com elementos também de Prince of Persia e outros títulos aclamados do gênero, que fizeram milhões de jogadores passarem horas em tramas de ação frenética.
Enfim, ainda não há uma data de lançamento oficial. Porém, é provável que ocorra em algum momento de 2026 para PlayStation 5 e PC (Windows). Quem sabe um State of Play revele essa data — ou até mesmo o The Game Awards 2025. A verdade é que desejamos um jogo que quebre a barreira da mesmice e entregue imersão aos que cresceram querendo apenas se divertir e relaxar jogando.
