Faz algumas semanas que a caixa de e-mail do nosso editorial vem sendo preenchida por inúmeras sugestões de artigos sobre Stranger Things. Embora pudesse parecer normal, já que o veículo também comenta sobre notícias da cultura pop e entretenimento, isso partiria da Netflix. Mas é ao contrário: e-mails da detentora da franquia com releases sugestivos são até poucos em relação aos massivos recebimentos de empresas de terceiros.
Leia também:
- Funko Pop! retorna à CCXP25 com quase 400 modelos
- Xbox apresenta novos enfeites natalinos da Hallmark para Xbox 360 e Halo 3
- Cinépolis e Coca-Cola lançam campanha “Coca-Cola Inseparáveis” com prêmios e ingressos instantâneos
Como acompanho o setor que envolve o quesito de licenciamento, ficou claro que trabalhar a jornada dos meninos de Hawkins ainda é lucrativo. Mesmo após anos de uma série que, atualmente, está envolta em polêmicas entre a protagonista Eleven e o que ela considera pai, Jim Hopper — já que os atores Millie Bobby Brown e David Harbour parecem não se dar bem nos bastidores.

Dito isto, o imaginário dentro da série, que está chegando ao fim no Natal deste ano, mexeu com a infância de muitas pessoas ao trazer elementos dos anos 80. O Mundo Invertido e como era uma época de sonhos. Matt Duffer e Ross Duffer, conhecidos como Irmãos Duffer, conseguiram explorar ao máximo esses elementos, ao qual o show conseguiu ser o primeiro a bater diversos recordes na plataforma de streaming da Netflix. Mostrando ao mundo que a Netflix não entregava conteúdo dos outros, mas sim uma potência exibindo seu próprio material autoral.
Uma prova disso é que eles fecharam o Parque do Ibirapuera no último dia 23 para a “Parada Estranha“, um evento com carros alegóricos revisitando todas as temporadas de Stranger Things. Além de ter participação especial do ator Jamie Campbell Bower que interpreta o Vecna na série, levou mais de 12 mil pessoas, fora os que não conseguiram adentrar no parque. Exibindo ser uma produção que, de fato, trouxe uma nostalgia jamais vista em muito tempo para uma série que, no passado, seria para televisão, mas que se iniciou direto no streaming.
Muitos visionários apostaram também na segunda temporada de Wandinha, que acabou tendo uma audiência muito menor que a da primeira temporada. O que poderia ser ruim para os negócios de empresas que apostaram tudo no derivado da família Addams.
Agora, será que a mesma frustração pode ocorrer com o licenciamento de Stranger Things? Pelo feedback que recebi de leitores e uma pesquisa consultando estabelecimentos, como uma própria rede de fast food do Brasil, seu prato temático inspirado na série esgotou em diversas lojas devido ao grande volume de pedidos.
Invasão do licenciamento
Os setores que apostaram são dos mais diversos, trazendo licenciamentos para redes de fast food, como citado, vestuário, gastronomia, snacks, laticínios, colecionáveis, material escolar e outros. Exibindo que todos os setores querem aproveitar o lado positivo que esta produção possui. Aqueles que conseguiram fechar parcerias vão colher os frutos, principalmente se o desfecho dos oito episódios conseguir trazer o mesmo sentimento da primeira temporada da trama. O conceito de ter o fator nostalgia e contar para futuras gerações suas recordações com esses licenciamentos e com produtos temáticos que são parte dessa história. Faz uma enorme diferença na escolha de compra para o cliente final.
Lembrando que não basta apenas licenciar sem ter um trabalho de marketing e leitura de mercado para saber onde explorar cada cenário. A oferta é boa, mas os possíveis riscos estão em questão nesse quesito. Uma das coisas que analiso são empresas que contratam por emoção ou marketing que, ao invés de se aprofundar em quais embaixadores orgânicos devem ser contratados, acabam se emocionando por números que, muitas das vezes, não entregam o valor depositado do ROI. Frustrando e desacreditando que a escolha do licenciamento não deu certo pelo problema da produção não ter alcançado o suficiente. Exemplos como Barbie e Lilo & Stitch, dois sucessos de vendas comerciais: a ideia foi abrir para todos.
Quando seus proprietários intelectuais perceberam que o alcance era expandir para todos os lados sem o pensamento enviesado, o retorno foi gigante. Infelizmente, esses lapsos de brilhantismo nos bastidores acontecem poucas vezes no cenário atual. Mas, quando acontecem, é o que vocês observaram nesses dois gigantes da cultura popular.
A série vai finalizando após quase dez anos e toda a turminha das crianças de Hawkins já está crescida, mas a memória perpetua como um acontecimento que mudou a trajetória de uma empresa. Se as marcas ainda acreditam na força do licenciamento — principalmente quando pensamos em entretenimento, games — é um mercado para continuar seguindo com investimento. Porém, é o que mencionei: façam análises corretas de mercado e saibam como e com quem trabalhar para não perder investimento.

Enfim, Stranger Things 5, com sua quinta e última temporada, estreia oficialmente com os quatro primeiros episódios em 26 de novembro de 2025 no streaming da Netflix.
Fique ciente de que não possuímos nenhum vínculo com as empresas ou marcas além de suas propriedades intelectuais citadas nesta publicação. O intuito desta reportagem é sinalizar os ganhos quando empresas focam no licenciamento correto para atrair os fãs de maneira adequada e satisfatória.
