Microsoft não precisa do console Xbox

As aquisições bilionárias da Microsoft e suas consequências

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Quando recebi o comunicado da Xbox de que o Game Pass estaria recebendo aumento do preço em dobro, parecendo ofertas da Black Friday que ocorre no Brasil, ficou claro que o sonho dourado da Sarah Bond é uma realidade ao transformar o Xbox apenas em uma publisher, agora que abriu seus estúdios e jogos exclusivos para outros consoles. Além disso, a parceria entre a ASUS e a empresa para o seu híbrido ROG Xbox Ally consolida ao dizer que tudo é um Xbox.

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Em outras palavras, a Microsoft não necessita mais de nenhum console Xbox físico para que seus usuários tenham acesso aos títulos do Xbox Game Studios. Ao longo da caminhada do nosso site, os leitores sempre assinavam o Game Pass através das parcerias de afiliados. Contudo, mesmo quando eles encerraram esse tipo de adição, os veículos especializados na indústria despertaram a atenção de muitos jornalistas. Sabendo disso, não foi isso que chamou atenção. Pouco a pouco, a empresa começou desligando o suporte para o X360, ao desativar sua loja para pessoas que haviam adquirido os jogos de modo digital. Bem como encerrando a produção de mídia física no Brasil, focando apenas no digital para os consoles Series X|S.

Também pensando no relatório fiscal mais recente que antecede esta publicação, a divisão de jogos não possui grande lucratividade se calcular todas essas operações somadas. Manter console e toda sua engenharia custa dinheiro e talvez esse não seja um gasto que a Microsoft esteja disposta a continuar financiando. Então, por quais motivos a empresa compraria dezenas de estúdios nos últimos anos? Isso é simples: base de usuários, comportamentos, informações e royalties. Franquias como Call of Duty, The Elder Scrolls, Warcraft e Minecraft possuem milhões de usuários globalmente. Poderia citar muitos outros títulos, deixando mais compreensível este pensamento.

Se analisarmos que milhares de desenvolvedores foram demitidos após fracassos, alguns estúdios fechados e funcionários remanejados para outros que permaneceram funcionando, é inegável que a preocupação da empresa é cortar gastos e recuperar o investimento, mesmo que tenha que ampliar para outras plataformas, como fizera recentemente.

A guerra de consoles, sobre a qual já criei um artigo no site, exibe que o lucro fala mais alto que exclusivos. Com o avanço da tecnologia na nuvem, onde é possível ter máquinas virtuais para rodar jogos — como Nvidia GeForce Now, Boosteroid, Shadow PC, Amazon Luna e até o próprio Xbox Game Pass — há uma diminuição de setores para focar na fabricação de um aparelho físico. Mesmo que esta demanda acabe reduzindo a fabricação e oportunidades de empregos, analisando que esses empregos não eram gerados nos Estados Unidos, na minha opinião não há um peso no quesito prejuízo. Embora empregos indiretos, como logística e lojas que revendiam o console, passem a não ter lucros sem o dispositivo palpável.

Franquias indo para ao limbo?

Se você era um fã da plataforma da caixa, podemos supor que os dias do console que começou nos anos 2000 podem estar com seus dias contados. O monopólio da indústria e toda sua base de comportamento de usuário para entregar ideias que as empresas de tecnologia desejam falam mais alto que o amor aos jogos de títulos marcantes.

Por hora, a empresa não confirmou se sua rivalidade nos aparelhos de mesa está encerrando seu ciclo. A verdade é que Halo, Gears of War, Forza, Minecraft, Age of Empires, Flight Simulator, Fable, Sea of Thieves, Killer Instinct e Perfect Dark — todos esses continuarão a ter suas famas, recebendo novas versões mais atuais, e outros cancelados, como é o caso de Perfect Dark. Fica aquela questão: qual será o rumo dessas sagas?

Bem, como citamos, o caminho será sua expansão para outras plataformas. Talvez seja mais lucrativo abrir o mercado para novas possibilidades e ouvir o feedback dos usuários, para que fracassos recentes sejam apagados do currículo da Xbox Game Studios. Uma coisa é certa: a Microsoft não necessita do console Xbox para continuar lucrativa. Essa divisão até pode ser um peso que eles querem se livrar sem parecer que foi um erro. A Electronic Arts foi comprada por um grupo forte, principalmente de locais duvidosos. Não fiquem surpresos se essa divisão acabe sendo adquirida por algum grupo que deseja ter royalties para coletar dados de comportamento dos usuários.

Enquanto isso, parece que as atenções e todo o peso que sobrecarregavam Phil Spencer, aparentemente, ninguém está imputando alguma culpa. Pois ele foi um dos que mais brigaram por um rumo objetivo da empresa, mas percebemos que, no meio do caminho, como cabeça, algo desviou o foco do que consagrou a marca em épocas passadas.

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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