É engraçado como o mundo dos games ainda desvaloriza quem dá lucro direto. Estamos aqui há oito anos. Se você somar todas as publicações do MeUGamer ao longo desse tempo, foram milhões de visualizações para desenvolvedores, programadores, e obviamente publishers.
E ainda assim, depois de 8, 9 anos, o MeUGamer para de receber chaves de jogos. É irônico. Mesmo o site voltando a ranquear bem nos motores de busca, muitas vezes em destaque, mesmo influenciando vendas, somos ignorados.
Mais estranho ainda é ver empresas exigirem reviews, mas mandarem a chave em cima da hora. Ou seja, outros sites recebem antes, com tempo, e acham que temos que viver jogando. Mas a real é que isso aqui é business, é dinheiro, é lucro. É o nosso ganha-pão. Assim como uma empresa não pensa no profissional, por que o profissional deveria pensar na empresa? Se ela mesma não tá nem aí pro nosso corre do dia a dia.
É estranho uma assessoria que se diz “gamer” valorizar pessoas que não têm nada a ver com a essência real do gamer, que nunca contribuíram com a indústria. Eu tenho praticamente 15 mil publicações, e mesmo assim esses caras desvalorizam. Gente que nunca fez nada pela cena tem mais moral que quem escreve conteúdo autoral de verdade. Ainda os pseudo escritores de “fachada” que usam IA para conseguir o que querem. Enquanto quem realmente movimenta a indústria fica de fora.
Isso é feio. E se você reclama, ainda sofre boicote. A fraqueza cria essas pessoas.
Eu lembro do tempo em que o crítico era crítico. Quando alguém falava a verdade, era ouvido. Era lei. Hoje, quem fala a verdade é visto como “chato”, “ingrato”, alguém que “não vale nada”.
Esses caras são fracos. Querem criar uma bolha onde você não pode criticar, porque isso “afeta a moral” de quem desenvolveu. Mas quando está errado, tem que criticar sim. Tem que falar abertamente. Não dá para “passar pano”. Não dá pra passar a mão na cabeça nem de filho errado — imagina de um estranho.
Se você não tem vínculo emocional, tem mais ainda a obrigação de ser direto. De criticar. Sem vergonha.
E quando eu peço uma chave de jogo, é pelo conjunto dessa obra e todo alcance que nossas publicações fizeram. Eu tenho disciplina, tenho cronograma. Não dá para ficar esperando boa vontade de assessoria. E essas assessorias acham que são maiores que os donos das empresas. Pegam o valor, fazem suas listas, e deixam o resto no escanteio.
Mesmo que você tenha feito mil publicações, exibindo lucratividade para determinada empresa, ainda é deixado de lado.
Até quando quem realmente trabalha com games vai ser ignorado?
Isso aconteceu agora com Tony Hawk’s Pro Skater 3 + 4. Não recebi a chave da assessoria do Brasil, mesmo minha publicação ranqueando entre os 10 maiores sites no país — num universo de centenas. Gente com reputação nenhuma, sem histórico, ganhou chave. O MeUGamer, não.
Não dependo da chave, mas chega a ser ridículo quando você olha para o cenário geral. Isso mostra o que eles pensam de nós.
E aí? Você ainda acha que a indústria quer ouvir a verdade? Nada. Eles querem aliados. Gente que fale o que agrada. Que se curve. Talvez essa crítica esteja me queimando, mas não posso ficar quieto. Vivo disso. O site é meu ganha-pão. O engraçado é que, quando um título “flopa” nas vendas ou não tem hype de mídia, só falta entregarem até a mãe junto. Agora, se o título tem marketing pesado, aí some chave, desaparece contato, e vira clubinho fechado.
Se eu não recebo a chave no lançamento, como vou fazer um review competitivo? Sites que ganham 2 semanas antes já estão no ar. E eu tenho que pagar do bolso para correr atrás? Não é assim que funciona.
Quer igualdade? Então seja justo. A galera do MeUGamer não gasta centavos — a gente investe em servidor, acesso, dados, para criar algo de valor. Algo icônico.