Recentemente, criei um artigo sobre como a Collective Shout havia lançado uma iniciativa contra operadoras de cartões de crédito para recusar jogos de índole duvidosa de serem aceitos na Steam, itch.io, entre outras plataformas. Contudo, o modus operandi acabou afetando até jogos que não possuem cunho incentivador de atitudes suspeitas.
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O Vídeo “Adultização” de Felca
Nesse contexto, o criador de conteúdo Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, possui vídeos que “viralizam” (sic), com assuntos polêmicos e outros que expõem a hipocrisia de algumas pessoas que desejam ganhar fama por qualquer preço.
O paranaense de 27 anos publicou um vídeo intitulado “Adultização”, exibindo uma série de exposições de menores mostrando ostensivamente seus corpos. O vídeo destaca como pessoas consomem conteúdos que jamais deveriam estar disponíveis para qualquer público.
Filtros Parentais e Limitações das Redes Sociais
Além disso, assim como citei no artigo, plataformas como a Steam possuem filtros parentais para evitar que crianças e adolescentes menores de idade tenham acesso a conteúdos inadequados. Por esse motivo, questionei as reais intenções da Collective Shout: será que eles realmente querem proteger crianças ou apenas impor seus desejos, almejando outro objetivo?
A questão central do vídeo do Felca é que, diferentemente dos filtros das plataformas de jogos, as redes sociais mais conhecidas, como X/Twitter, YouTube, Twitch, TikTok, Meta (Facebook/Instagram), permitem acesso a partir dos 13 anos. O problema é que muitos pais criam contas para seus filhos sem informar a idade real, registrando-os como maiores de idade. Isso faz com que muitas limitações não sejam implementadas, permitindo que crianças e adolescentes acessem conteúdos sensíveis.
Desafios da Tecnologia e da “Adultização”
Você pode estar se perguntando: qual a relação disso com a idade? Não é apenas a questão da idade. Concordo que os algoritmos deveriam suspender conteúdos quando menores estivessem em situações de “sexualização”. Um dos desafios é que, devido à “adultização”, título do vídeo do Felca, muitas vezes os scripts têm dificuldade em identificar se é uma adolescente ou um adulto com liberdade em suas escolhas. Apesar de as empresas estarem trabalhando em melhorias constantes, percebemos avanços claros, já que possuem filtros de idade, como mencionei. A tecnologia está evoluindo para distinguir e efetuar esses bloqueios automaticamente ou colocá-los em quarentena para revisão manual.
O Caso do MeUGamer e a Aplicação das Leis
A propósito, vale destacar um exemplo prático. O site MeUGamer, por estar em evidência e bem ranqueado em motores de busca como Google e Discover, além de Bing News, sofreu uma intervenção manual que nos deixou fora da primeira página por dois anos (Google — ainda na plataforma Google), mesmo sem publicar artigos polêmicos ou com viés, apenas por ser independente. Isso reforça a necessidade de aplicar leis de forma justa.
Há leis claras que podem proteger crianças de predadores e pessoas problemáticas em nossa constituição. Deixarei ao final desta publicação os links para as diversas leis criadas para proteger nossos filhos e coibir a exposição. Infelizmente, parece que essas leis não são aplicadas como deveriam, sendo acionadas apenas quando há exposição midiática para demonstrar preocupação com o futuro das crianças.
Mentes Perigosas e o Papel da Sociedade
As mentes perigosas que ficam à espreita de vulneráveis devem ser abolidas da internet. Isso deve ser feito de forma justa, sem afetar pessoas ou veículos de imprensa que expressam opiniões. Não devemos colocar política na pauta. Se as leis citadas aqui, que são teoricamente suficientes, não estão funcionando, que se criem medidas eficazes. Nenhum dinheiro vale a tristeza de pequenos que podem ser nosso futuro. Devemos garantir que eles tenham esperança em um futuro melhor.
Parabenizando a Iniciativa do Felca
Por isso, parabenizo Felipe Bressanim Pereira por sua iniciativa. Todos que ficaram abismados com a denúncia devem evitar consumir esse tipo de conteúdo exposto na internet. Que isso não seja apenas um momento, mas uma ação contínua. Sinalizem para as plataformas conteúdos que visam explorar vulneráveis, ajudando os robôs a reconhecerem o que é lícito do ilícito.
Diferentemente do coletivo australiano, cujo efeito foi controverso, o vídeo do Felca expôs práticas degradantes em plataformas de vídeos curtos de forma positiva. Que as pessoas que consomem esses conteúdos compreendam que há indivíduos sendo explorados sem perceberem.
Resumo das informações já com as leis ao lado de cada objetivo:
Objetivo | Permitido pela lei / medida |
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Criminalizar abuso e exploração | Sim: Estupro de vulnerável – Art. 217-A do Código Penal (Lei 12.015/2009); pornografia infantil e exploração sexual – Arts. 240 a 241-E do ECA e Lei 11.829/2008 |
Proteger vítima e prolongar prescrição | Sim: Lei Joanna Maranhão – Lei 12.650/2012 |
Garantir escuta humanizada | Sim: Lei da Escuta Especializada – Lei 13.431/2017 |
Fortalecer educação e prevenção | Sim: Lei 14.811/2024 (protocolos em escolas e redes de proteção) |
Tornar público cadastro de agressores | Parcialmente: leis estaduais inspiradas na Lei de Megan; ainda sem aplicação nacional |