EA oculta Dragon Age: The Veilguard em Relatório Fiscal de 2025

Um momento de mudança para gigante da indústria dos games

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Em 6 de maio de 2025, a Electronic Arts (EA) divulgou seu relatório fiscal do ano fiscal de 2025, cobrindo o período de 1º de abril de 2024 a 31 de março de 2025. O documento enfatiza sucessos como EA SPORTS FC 25, College Football, The Sims e Split Fiction, mas ignora completamente Dragon Age: The Veilguard, o RPG da BioWare lançado em 31 de outubro de 2024. Após ser considerado um fracasso comercial, com vendas 50% abaixo das expectativas e impacto devastador nas ações da EA.

A omissão do jogo no relatório sugere uma tentativa de esconder um lançamento que não entregou o prometido. Para os fãs de Dragon Age, essa falta de transparência é mais um capítulo preocupante na saga da BioWare.

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O relatório fiscal do ano fiscal de 2025 destaca números robustos: reservas líquidas de US$ 7,355 bilhões, com College Football superando US$ 1 bilhão e Split Fiction vendendo quase 4 milhões de unidades desde março de 2025. The Sims conseguiu um crescimento de dois dígitos no quarto trimestre (janeiro a março de 2025), enquanto EA SPORTS FC impulsionou a monetização de jogadores. Até Apex Legends, apesar de seus desafios, foi citado como um obstáculo para o crescimento futuro, com um impacto projetado de 5 pontos nas reservas líquidas de 2026.

Dragon Age: The Veilguard, no entanto, é um fantasma no relatório. A única menção à franquia Dragon Age aparece na seção “Sobre a Electronic Arts”, onde é listada como uma das marcas de alta qualidade da EA, ao lado de Battlefield e Apex Legends. Não há dados sobre vendas, engajamento ou planos para o RPG, lançado no terceiro trimestre fiscal (outubro a dezembro de 2024). Para um jogo promovido como o grande retorno da BioWare, essa ausência é ensurdecedora.

Dragon Age: The Veilguard, Um Fracasso Anunciado

Antes do relatório fiscal, Dragon Age: The Veilguard já era notícia por seu desempenho decepcionante. Apesar de críticas positivas, com média de 84/100 no Metacritic e elogios à direção de arte e combate, o jogo não conquistou um público amplo. A EA reportou que o RPG atingiu apenas 1,5 milhão de jogadores nos primeiros meses, 50% abaixo da meta de 3 milhões. No Steam, o jogo alcançou um pico de 89.418 mil jogadores simultâneos — segundo informações do SteamDB; – o maior da BioWare na plataforma –, mas perdeu tração rapidamente, com vendas estagnadas em 1,5 milhão de unidades no primeiro trimestre. Calculando todos os jogadores que tiveram acesso, até via EA Play.

O impacto financeiro foi brutal. Em janeiro de 2025, a EA revelou que o desempenho fraco de The Veilguard e EA SPORTS FC 25 contribuiu para uma queda de 17% nas ações da empresa, equivalente a US$ 6 bilhões – quatro vezes o valor de mercado da Ubisoft. A inclusão do jogo no PlayStation Plus em março de 2025, apenas quatro meses após o lançamento, foi vista como uma tentativa desesperada de atrair jogadores, algo raro para um título AAA tão recente. Virou chacota em redes como X (antigo Twitter), e criadores de conteúdos no YouTube.

A BioWare também enfrentou turbulências internas: a diretora do jogo, Corinne Busche, deixou a empresa, e cortes reduziram o estúdio a cerca de 100 funcionários.

Por que a EA Escondeu The Veilguard?

A omissão de Dragon Age: The Veilguard no relatório fiscal não parece acidental. Algumas razões plausíveis explicam a decisão:

  • Proteger a Narrativa de Sucesso: Com uma receita líquida de US$ 7,463 bilhões e um lucro operacional de US$ 395 milhões no quarto trimestre (aumento de 69%), a EA pode ter evitado mencionar The Veilguard para manter o foco em seus triunfos. Após a queda nas ações em janeiro, destacar o fracasso do jogo poderia reacender preocupações entre investidores.
  • Preservar a BioWare: A BioWare já sofreu críticas por lançamentos problemáticos, como Anthem e Mass Effect: Andromeda. The Veilguard era a chance de redenção, mas seu fracasso colocou o estúdio sob pressão. Ao não abordar o jogo, a EA pode estar tentando proteger a reputação da BioWare, que agora trabalha no próximo Mass Effect.
  • Evitar Controvérsias: The Veilguard gerou divisões entre os fãs, com críticas à escrita, mudanças na lore e um tom percebido como menos maduro. Apesar de 12 indicações no Gayming Awards 2025, incluindo Jogo do Ano, o jogo enfrentou ataques nas redes sociais, acusando-o de ser “woke”. A EA pode ter optado por evitar reacender esses debates.

Sobre o próximo título do estúdio canadense, Mass Effect 5 será um divisor de águas, para saber se a Bioware se manterá ativa ou o estúdio fechará.

O CEO da EA, Andrew Wilson, atribuiu o fracasso à ausência de elementos de live service, sugerindo que os jogadores preferem experiências compartilhadas. Essa explicação foi criticada por fãs e ex-desenvolvedores, que apontaram o sucesso de Baldur’s Gate 3, um RPG single-player, como prova de que o problema não é o formato, mas a execução e a desconexão com a base de fãs.

Contra-Argumentos: Uma Omissão Compreensível?

Para uma análise justa, é preciso considerar possíveis justificativas da EA:

  • Foco em Títulos Principais: O relatório prioriza jogos como EA SPORTS FC, que representa 74% da receita da EA. The Veilguard pode estar incluído nos números agregados de receita de jogos completos (US$ 437 milhões no quarto trimestre) sem necessidade de destaque individual.
  • Timing do Lançamento: Lançado no final do terceiro trimestre, The Veilguard pode ter tido sua receita principal contabilizada nesse período, com impacto limitado no quarto trimestre. A EA pode argumentar que o jogo não era relevante para o relatório final.

Essas justificativas, porém, não explicam por que um lançamento de alto perfil, já reconhecido como um fracasso, foi completamente ignorado, enquanto Apex Legends, com seus desafios, foi abordado abertamente.

O Impacto para os Fãs de Dragon Age

Para os fãs, a omissão de The Veilguard é um sinal preocupante. A BioWare, reduzida por layoffs e com a saída de líderes como Corinne Busche, onde muitos acreditaram ter abandonando o jogo, com planos limitados a um pequeno pacote de armas gratuito, sem DLCs interessantes. O foco do estúdio agora está no próximo Mass Effect, deixando o futuro de Dragon Age incerto. Após quase uma década de desenvolvimento e milhões investidos, o fracasso de The Veilguard é um golpe para uma franquia que já foi sinônimo de excelência em RPGs.

Para sua comunidade ativa, o caso reflete os desafios da indústria: orçamentos exorbitantes, expectativas irreais e a pressão por lucros imediatos. Apesar de seus pontos fortes – visuais interessantes, combate positivo e representatividade elogiada no Gayming Awards –, The Veilguard não reconquistou os fãs hardcore nem atraiu novos jogadores, um erro que a EA parece querer esquecer.

Por fim…

Dragon Age: The Veilguard o que deveria ser um sucesso, podemos dizer que foi um fracasso comercial. Vendendo abaixo de 1,5 milhão de unidades, uma queda de US$ 6 bilhões nas ações da EA e uma inclusão precoce no PlayStation Plus.

A decisão de não mencioná-lo no relatório fiscal final de 2025, exceto como uma marca genérica, sugere que a EA quis minimizar a atenção sobre um lançamento que manchou sua narrativa de sucesso. Para os fãs, essa falta de transparência é um lembrete das incertezas que rondam a BioWare e suas franquias. Enquanto a EA mira o futuro com Battlefield e skate, a comunidade de The Veilguard fica com um gosto amargo – e a esperança de que a BioWare encontre seu caminho novamente.

O título está disponível oficialmente para Xbox Series X|S, Playstation 5 e PC Windows via Steam e EA Play.

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Apaixonado por games, filmes de ficção científica, séries e tudo que envolve tecnologia e inovação, com mais de 15 anos de experiência comentando e analisando esses temas. Além disso, sou curioso por astronomia e, nas horas vagas, tento observar o cosmos como um astrônomo amador. Acredito no poder das opiniões e no respeito à diversidade de pensamentos. Em minhas análises, busco compartilhar conhecimento de maneira clara e acessível, ajudando o público a se conectar com as novidades do mundo do entretenimento e da tecnologia. Ah, e como bom flamenguista, vibro junto com o maior clube brasileiro, o Flamengo! Vamos, gamernéfilos, porque todo dia tem novidade nesse universo em constante expansão. =)

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