Ghost of Yotei segue a proposta de expandir e refinar ideias já consagradas, oferecendo uma aventura de mundo aberto visualmente instigante. A Sucker Punch Productions aposta em aprimorar a fórmula de Ghost of Tsushima, mantendo sua essência para este título exclusivo da série Ghost of no Playstation 5. Fique ciente: com o fim da exclusividade, o jogo deverá chegar em algum momento ao PC (Windows) e, posteriormente, ao Xbox Series X|S.
Índice da review
Mesmo sem grandes inovações, o jogo entrega uma versão mais sofisticada da fantasia samurai, com combates dinâmicos e uma trama de vingança que aprofunda o lado emocional da história.
Além disso, Ghost of Yotei mantém a herança cinematográfica dos clássicos de Kurosawa, perceptível na direção das cenas, nos duelos tensos e na atmosfera das paisagens de Ezo, que convidam à contemplação e ao uso do modo foto.

Mais do que pela parte técnica, Ezo se destaca pelo refinamento artístico e pelo uso criativo dos efeitos ambientais. Sua diversidade de campos, montanhas e florestas oferece uma riqueza visual que supera a de Tsushima. Vale a pena jogar Ghost of Yotei?Confira nossa análise (review) do título publicado pela Sony Interactive Entertainment (SIE) e desenvolvido pela Sucker Punch, que evidencia todo o seu potencial entre os lançamentos de outubro.
Busca por vingança
Acompanhamos Atsu em sua busca por vingança contra os Seis Yotei, liderados por Lorde Saito, o responsável pela morte de sua família e pela tentativa de dominar Ezo. Apesar de pouco desenvolvidos, os vilões exibem crueldade suficiente para sustentar a motivação da protagonista. A história segue um caminho previsível e abusa das reviravoltas. Muitos momentos de tensão perdem impacto quando os inimigos escapam de forma conveniente, o que enfraquece o ritmo e a consistência da narrativa.
A atriz e dubladora Erika Ishii é a responsável pela voz e também captura de movimento na versão americana. Na versão brasileira, sua voz é interpretada pela atriz e dubladora Beatriz Meinberg, que participou do estande oficial do jogo na Brasil Game Show 2025, destacado em nossa publicação do mapa oficial.
Da mesma forma, a história ainda apresenta momentos marcantes, com reviravoltas criativas e cenas emocionais que surpreendem. Ressalto a presença de Oyuki, com sua visão diferente sobre a vingança, adiciona profundidade à jornada de Atsu. A mãe da protagonista também tem papel importante, reforçando os laços entre música e família por meio de memórias de infância que ampliam o lado emocional da trama. Mesmo sem grandes inovações, a narrativa mantém intensidade e consegue prender o público até o fim.
Combate de destaque
O maior destaque de Ghost of Yotei é o combate, que se mostra fluido e envolvente. Cada golpe e movimento é bem executado, e o peso das armas torna as batalhas mais impactantes e gratificantes, incentivando o jogador a buscar confrontos pelo puro prazer da luta. Sem depender de um sistema de mira, os combates acontecem de forma mais orgânica e sem interrupções. A diversidade de ferramentas disponíveis amplia as possibilidades táticas, mantendo cada enfrentamento empolgante e variado.


Ao contrário de Jin, que usava diferentes posturas com a katana em Tsushima, Atsu domina várias armas. Entre elas estão a foice com corrente, a lança, o par de katanas e a odachi pesada, cada uma eficaz contra tipos específicos de inimigos. Essa diversidade adiciona uma camada tática, permitindo explorar fraquezas e quebrar defesas conforme a situação.
Cada armamento apresenta um estilo próprio, com o kusarigama se destacando por sua versatilidade, útil para quebrar escudos, controlar grupos e atrair inimigos à distância. A troca entre armas é ágil, e dominar o ritmo do combate deixa as batalhas mais intensas, evidenciando a perícia e confiança de Atsu.
Ambientado no início dos anos 1600, Yotei destaca o uso das armas de fogo, incorporando mosquetes e pistolas de pederneira ao combate. Atsu abandona a tradição e utiliza essas armas com eficiência, como o mosquete que é lento, mas poderoso contra inimigos blindados, enquanto a pistola oferece ataques rápidos e letais.

Ademais, observamos ferramentas estratégicas, como bombas de fumaça, pó de metsubushi e lâminas flamejantes temporárias. Essa variedade de recursos amplia as possibilidades de abordagem, permitindo a escolha entre ataques diretos ou táticas mais elaboradas para superar os desafios.
A furtividade continua presente, mas se baseia em mecânicas já bastante familiares, como se esconder entre a vegetação ou surpreender adversários desatentos. Embora traga momentos empolgantes, como ataques aéreos ou o uso da kusarigama à distância, esse estilo de jogo recebe menos destaque. Quando a discrição é quebrada, o confronto direto ganha espaço e se revela a parte mais envolvente. A forma mais eficiente de jogar é acabar com o maior número possível de inimigos silenciosamente, antes de partir para a luta aberta, algo que o próprio design do jogo indica fortemente.
Campanha atrativa
A campanha principal de Ghost of Yotei combina batalhas de grande porte, que reforçam a sensação de escala, com duelos espalhados pelo mapa, nos quais enfrentamos chefes em combates intensos. Nessas lutas, é essencial dominar o tempo certo para aparar e esquivar, já que a repetição dos movimentos é compensada pela satisfação de executar sequências de defesas bem-sucedidas.

Da mesma forma, o sistema de aparo e contra-ataque é um dos pontos altos da experiência, oferecendo momentos de grande impacto quando realizado com precisão. A armadura,por exemplo, amplia a janela para o aparo perfeito em troca de maior risco, tornando cada confronto mais emocionante. Além disso, retornam os duelos, que permitem derrotar inimigos de forma rápida e estilosa antes de encarar os demais, garantindo variedade e dinamismo ao combate.
Observamos o abandono do sistema tradicional de níveis e experiência, priorizando o aprendizado onde dominamos nossas próprias técnicas e compreendemos melhor as ferramentas disponíveis. A progressão de Atsu está ligada principalmente à exploração de santuários, muitos deles opcionais, o que dá mais peso às atividades no mundo aberto.
Evoluir envolve desbloquear amuletos com efeitos úteis, conquistar armaduras que reforçam estilos de jogo específicos, coletar itens cosméticos e melhorar armas, quase sempre por meio de missões secundárias. Algumas das habilidades mais interessantes estão escondidas nas camadas mais profundas na árvore de habilidades, o que pode gerar certa dependência dessas tarefas paralelas. Ainda assim, essa escolha acaba funcionando bem, tornando a progressão mais envolvente e significativa.
Missões e tramas paralelas
As missões surpreendem com duelos intensos e batalhas agitadas que incentivam a explorar regiões do mapa que ficariam de lado. Além disso, inclui pequenas tramas paralelas, como enigmas sobrenaturais, caçadas a criminosos e até a presença de um inimigo extremamente poderoso que exige várias tentativas para ser vencido. O enredo também valoriza aspectos culturais da região, destacando o povo Ainu e incorporando algumas de suas tradições de forma orgânica à narrativa.

O mapa segue a proposta de incentivar a exploração sem depender de marcadores na tela, trazendo de volta a mecânica do vento como guia para os objetivos. Além disso, as músicas podem ser usadas livremente para localizar colecionáveis ou fontes termais, reforçando a imersão temática.
Essa integração musical dá mais coesão à experiência e torna as atividades opcionais mais envolventes, ainda que algumas tarefas, como trechos de escalada e plataformas, soem repetitivas. Mesmo assim, há um esforço para que pareçam mais naturais conforme o mundo se expande. Diferente de muitos jogos de mundo aberto, Ghost of Yotei mantém equilíbrio em suas áreas, transmitindo a sensação de vastidão sem exageros. A jornada de vingança de Atsu flui de forma orgânica, oferecendo modos visuais e estilísticos variados.
Visual detalhado é um ponto forte
No PlayStation 5, Ghost of Yotei se destaca pelo visual detalhado, com cenários que vão de campos nevados a vilarejos iluminados, transmitindo um ambiente que combina realismo e estilo artístico. O uso do ray tracing aprimora reflexos e iluminação, enquanto o jogo mantém estabilidade em 60fps no modo desempenho ou oferece resolução 4K no modo fidelidade, ambos bem otimizados para o PS5. A caracterização dos personagens também chama atenção: Atsu ganha vida com expressões e animações convincentes, e os inimigos, mesmo sem grande variedade, exibem trajes e armaduras que trazem autenticidade da ambientação samurai.

No PS5, o DualSense amplia a imersão, funcionando como uma extensão da jornada de Atsu. A resposta háptica diferencia terrenos e situações, permitindo sentir a textura do ambiente e a intensidade dos combates, desde cortes leves até impactos mais pesados.
Os gatilhos adaptáveis marcam esta sensação: o arco exige pressão gradual para simular a corda, enquanto armas pesadas oferecem resistência maior, transmitindo peso e impacto. O alto-falante do controle também contribui, reproduzindo sons como o vento, o choque das espadas e o shamisen, aproximando ainda mais o jogador da ação. Nesse interím, o DualSense transforma a experiência em algo sensorial, onde cada movimento, golpe e som é como uma imersão detalhada cinematográfica e eleva a fantasia samurai a um nível mais romanceado.
Tratando de trilha sonora, prepare-se para algo maravilhoso e imersivo, combinando instrumentos tradicionais japoneses com arranjos orquestrais modernos. Essa mistura cria contrastes entre músicas suaves durante a exploração e composições intensas nos combates, reforçando tanto a atmosfera contemplativa quanto a tensão das batalhas. O uso do áudio 3D no PS5 amplia ainda mais a experiência, destacando os detalhes sonoros do ambiente e dos confrontos, tornando cada momento mais harmônico e realista. Se quiser conhecer um pouco de sua trilha sonora original e como ela conversa com essa trama da guerreira solitária. Há uma análise completa nesta página das canções que estão no jogo.

Gamerdito (Veredito) – Vale a pena jogar Ghost of Yotei?
Enfim, Ghost of Yotei pode não reinventar o gênero, mas entrega uma experiência marcante, unindo técnica refinada, cenários respeitando o local da trama e um combate visceral que prende do início ao fim. A presença de Atsu como protagonista acrescenta força e frescor à narrativa, enquanto a inspiração cinematográfica de Kurosawa mantém viva a identidade artística da série.
Mesmo sem ousar tanto quanto poderia, o jogo é como uma obra que valoriza a essência samurai e proporciona uma jornada intensa, capaz de satisfazer tanto a mim, como fã de mundos abertos; quanto todos que procuram um título de ação e também espiritualidade, estiloso e com enorme potencial do começo ao fim. Por este motivo, finalizalo está review com uma nota geral de 9/10.
Nota: 9/10
É possível encontrar o título de Ghost of Yotei na plataforma PlayStation Store. Caso queira ajudar o nosso site a se manter engajado e independente, há links de afiliados para aquisição via Nuuvem, pelos quais podemos ganhar uma pequena comissão. Agradecemos à Sony Interactive Entertainment e a sua assessoria pela liberação da chave do jogo.