Death Stranding 2: On the Beach, desenvolvido pela Kojima Productions e publicado pela Sony Interactive Entertainment se passa quase um ano após os eventos do primeiro jogo, com Sam Porter Bridges (Norman Reedus) tentando levar uma vida tranquila ao lado de Lou, agora uma criança. No entanto, sua paz é interrompida quando Fragile (Léa Seydoux), à frente de uma nova organização chamada Drawbridge, o recruta para expandir a Rede Quiral até o México.
Durante essa missão, um novo fenômeno surge, onde portais gigantes podem permitir a reconexão global. Mas uma tragédia muda tudo — um grupo misterioso ataca Sam, resultando na morte de Lou e ferimentos em Fragile. Abalado, Sam embarca no navio DHV Magellan rumo à Austrália, visando continuar a missão de reconectar o mundo.
Ao longo da jornada, ele enfrenta novos inimigos e descobre verdades ocultas sobre o Death Stranding e o papel da humanidade em um planeta fragmentado. A perda de Lou se torna um peso emocional constante, mas também o impulsiona a seguir em frente, construindo pontes — literalmente e simbolicamente — entre os povos. O jogo também é uma abertura para o live-action que será lançado em breve com produção da A24 e direção de Michael Sarnoski, conhecido por filmes como “Um Lugar Silencioso: Dia Um“. Ele também dirige e escreve seu próximo filme, The Death of Robin Hood, estrelado por Hugh Jackman, Jodie Comer e Bill Skarsgard, também com apoio da A24.
No novo título, encontramos personagens novos como Tomorrow (Elle Fanning), Dollman (Fatih Akin), Rainy (Shioli Kutsuna), Tarman além do retorno de rostos conhecidos como Fragile e Higgs (Troy Baker). Além disso, a trilha sonora continua destacando-se, ainda sob a supervisão de Ludvig Forsell, com melogias melancólicas e épicas, além da participação de bandas como Low Roar e Silent Poets.

Mesclando com a trilha sonora, enfrentamos temas como luto, conexão e reconstrução, mostrando que a missão de Sam vai além da entrega de cargas: trata-se de curar feridas profundas, tanto pessoais quanto coletivas. Vale a pena imergir nesse planeta fragmentado em uma jornada tão simbólica quanto aprofundada? Confira em nossa análise imersiva sobre o novo jogo de Kojima por hora exclusivo do console de Playstation 5. Fiquem atentos, para a trilha sonora inicial que é um frescor primoroso para essa aventura psicódélica criada pela mente de um dos diretores mais icônicos da indústria dos games.
Norman Reedus e sua evolução como Sam Porter Bridges
O retorno de Norman Reedus como Sam Porter Bridges em Death Stranding 2: On the Beach — é uma atuação que aprofunda ainda mais o coração emocional do universo enigmático criado por Hideo Kojima —; este ano retorna ao Brasil na BGS 2025 para divulgar DS2. No primeiro jogo, Reedus deu vida a um protagonista introspectivo e emocionalmente retraído, refletindo um homem marcado por perdas e hesitante em se reconectar com um mundo despedaçado. Sua performance era deliberadamente contida, espelhando o isolamento e a dor de Sam.
Na sequência, no entanto, Reedus entrega uma interpretação mais complexa e sensível, revelando novas camadas do personagem. A passagem do tempo é visível não apenas no físico de Sam, trazendo uma carga sentimental — algo que o ator transmite com uma sutileza impressionante. Graças à fidelidade visual, cada expressão facial — um olhar distante, um suspiro silencioso, um gesto hesitante — se torna uma poderosa ferramenta narrativa.

Esses detalhes, capturados com tecnologia de ponta em captura de performance, não são apenas avanços técnicos. Eles evidenciam a capacidade de Reedus de dar vida a um personagem digital com a mesma profundidade emocional que ele traz para o cinema e a televisão.
Norman Reedus se destaca pela profundidade emocional que ele imprime ao personagem. Diferente do primeiro jogo, onde Sam reagia ao caos ao seu redor, a sequência oferece a ele mais controle e vínculos afetivos, especialmente com Lou, agora uma criança. Essa relação revela um lado mais humano e paternal de Sam, evidenciado por mudanças sutis na voz, postura e expressões de Reedus. Conheci Reedus em The Walking Dead, e observar sua evolução como ator, é sensacional.
Intensidade na jogabilidade
Em Death Stranding 2: On the Beach, a estratégia não é apenas um elemento adicional da jogabilidade—ela é o alicerce que sustenta toda a experiência. A continuação criada por Hideo Kojima, que dá sequência ao título original conhecido por sua ousadia e divisões de opinião, aprofunda os conceitos de travessia, entrega e conexão que marcaram o primeiro jogo. Desta vez, porém, esses pilares ganham uma camada estratégica mais refinada e complexa, atrativo o qual adorei e experimentei ao máximo em minha experiência de gameplay.

Não se trata de um jogo que valoriza força ou agilidade, ele possui a capacidade de antecipar, se adaptar e compreender tanto os sistemas explícitos quanto os sutis. A sofisticação estratégica de Death Stranding 2 não está nas mecânicas convencionais como controle de recursos ou construção de estruturas, mas na maneira tenho que raciocinar sobre deslocamento, infraestrutura e laços humanos em um mundo simultaneamente inóspito e poeticamente desolado.
O terreno é o verdadeiro protagonista do design estratégico. Os ambientes não servem apenas como pano de fundo — eles influenciam diretamente a forma como o jogo é jogado. Cada elevação, curso d’água ou desfiladeiro representa um quebra-cabeça a ser decifrado, exigindo decisões cuidadosas, as quais, confesso, “deslizei” nas escolhas. Precisamos analisar constantemente o relevo, ponderando entre a rapidez de um trajeto direto e a segurança de uma rota alternativa mais longa.
Com a introdução de novas regiões, como México e Austrália, o jogo amplia sua geografia e apresenta biomas inéditos, cada um com seus próprios desafios. Fenômenos como tempestades de areia, enchentes e tremores de terra não seguem roteiros fixos — são sistemas vivos que modificam o ambiente em tempo real. Isso ampliou meu foco, ajustando minhas táticas conforme o mundo ao redor muda.

A travessia, portanto, deixa de ser apenas locomoção e se transforma em uma escolha estratégica. Ademais não é apenas de chegar ao destino, compreendemos de como se chega lá, o que se leva consigo e o que se opta por deixar para trás. O sistema de carga, herdado do primeiro jogo, foi aprimorado para oferecer decisões mais impactantes. Agora, é essencial considerar o equilíbrio do peso, a delicadeza dos itens transportados e as condições do ambiente ao planejar cada entrega.
Além disso, a chegada de novos equipamentos e veículos — como exotrajes personalizáveis e transportes anfíbios — amplia satisfatoriamente as possibilidades, e introduz novos fatores a serem considerados. A escolha do equipamento adequado para cada missão torna-se essencial, e ignorar as condições do terreno ou do clima pode resultar em consequências desastrosas. O jogo valoriza a experimentação, mas não perdoa a imprudência. O êxito não depende apenas de rapidez ou precisão, mas da habilidade de se adaptar e persistir diante dos desafios.
Um dos aspectos mais criativos da estratégia em Death Stranding 2: On the Beach é o sistema multiplayer assíncrono. Essa mecânica permite que os jogadores influenciem o mundo uns dos outros de forma indireta, deixando estruturas, marcas e caminhos que permanecem ativos no ambiente. Embora já presente no primeiro jogo, essa funcionalidade foi amplamente aprimorada na sequência. Agora, trilhas muito utilizadas tornam-se permanentes, com a vegetação se desgastando e obstáculos sendo naturalmente removidos com o tempo. O resultado é um mundo dinâmico, moldado coletivamente por nós, jogadores.

Essa abordagem transforma cada decisão de construção — como onde erguer uma ponte ou instalar um abrigo — em um gesto colaborativo. Compreenda que não é deixar ou facilitar a própria jornada, mas de contribuir para a experiência de outros. Assim, não atravessamos apenas o mundo: construímos juntos!
IA aprimorada e melhorias significativas
Nota-se que a mecânica de jogo reforça o tema central de Death Stranding 2 – On the Beach: a conexão entre as pessoas. O título valoriza atitudes altruístas e a capacidade de antecipar desafio e frequentemente pensava no coletivo e planejava cuidadosamente cada passo.
Embora a travessia e a entrega continuem sendo os pilares da experiência, o combate também passou por melhorias significativas, ganhando mais profundidade estratégica. Os confrontos com inimigos humanos e os enigmáticos BTs agora apresentam maior variedade e exigem abordagens mais táticas. Em muitos casos, ações furtivas, distrações e métodos não letais são mais eficazes do que o confronto direto.

A inteligência artificial foi aprimorada, introduzindo adversários com comportamentos mais imprevisíveis — alguns tentam sabotar a carga ou armar emboscadas, o que exige atenção redobrada ao explorar o ambiente. O terreno também desempenha um papel mais relevante nos combates, com elementos como elevações, coberturas naturais e perigos ambientais influenciando diretamente as estratégias adotadas.
Ferramentas como o scanner e armamentos continuam sendo recursos valiosos, capazes de virar o jogo em situações críticas. No entanto, o gerenciamento de recursos permanece essencial: munições e suprimentos são escassos, e, em diversas situações de combate, a sensação que fica é de vulnerabilidade.
Visivelmente, a construção de infraestrutura é um dos pilares que sustentam a complexidade estratégica de Death Stranding 2 – On the Beach. À medida que restabelecemos a conexão de diferentes regiões à Rede Quiral, passamos a ter acesso a recursos compartilhados e à possibilidade de erguer estruturas. Criar estradas, tirolesas e abrigos vai além da praticidade — trata-se de estabelecer uma rede funcional que beneficia a comunidade ao redor.
Novas ferramentas e mecânicas
O jogo introduz novas ferramentas de construção, permitindo a criação de estruturas mais robustas e sofisticadas. No entanto, essas melhorias exigem um investimento considerável de tempo e materiais. Decidir o local e o momento ideais para construir torna-se uma escolha estratégica com impacto duradouro. Uma ponte bem posicionada pode reduzir drasticamente o tempo de viagem, enquanto uma construção mal planejada pode se tornar inútil — ou até perigosa — diante das mudanças ambientais dinâmicas do mundo.

Nesse interim, a gestão de recursos também se estende além da carga e dos materiais. Precisamos monitorar a resistência física, a saúde e o estado emocional de Sam. Novas mecânicas relacionadas ao estresse e à fadiga foram introduzidas, afetando diretamente o desempenho e a capacidade de tomar decisões. Alimentar-se, descansar e manter o moral elevado não são apenas detalhes — são aspectos fundamentais para a sobrevivência.
Essa abordagem integrada da jogabilidade reforça a ideia de que cada escolha tem consequências. O sucesso não depende apenas da execução da missão, mas do cuidado com o bem-estar do personagem e da preparação meticulosa. Cada ação gera um efeito em cadeia, e a vitória é conquistada por meio de planejamento consciente e resiliência.
O que realmente distingue Death Stranding 2 de outros títulos do gênero é sua abordagem única, que transforma a estratégia em uma jornada íntima e contemplativa. Em vez de focar na dominação ou na eliminação de inimigos, o jogo é um convite a entender o mundo ao seu redor, enfrentar seus obstáculos e contribuir para algo que transcende o individual.

A ideia de conexão — tanto no sentido literal quanto simbólico — permeia cada aspecto da experiência. Cada escolha estratégica carrega um peso ético: você opta por um caminho mais fácil e egoísta, ou investe tempo e recursos em algo que pode beneficiar outros jogadores? Compartilhar suprimentos ou guardá-los para si? Essas decisões não são meramente narrativas — elas estão integradas à mecânica do jogo e moldam profundamente a trajetória do jogador.
Ao fazer da estratégia uma extensão da empatia e da responsabilidade coletiva, Death Stranding 2 propõe uma reflexão rara nos jogos: o impacto das nossas ações em um mundo compartilhado.
Tomadas de decisões são a alma de Death Stranding 2 – On the Beach
Narrativamente, Death Stranding 2 também desempenha um papel fundamental na construção de sua complexidade estratégica. Em vez de seguir uma linha do tempo rígida, a história se desenrola de forma fragmentada e ramificada, oferecendo múltiplos caminhos e objetivos opcionais que podem alterar significativamente a experiência individual e na minha percepção, cada minuto vale a pena.

As decisões tomadas ao longo das missões influenciam não apenas o desenrolar da trama, mas agita os vínculos com personagens secundários, o acesso a determinados recursos e até a liberação de eventos narrativos específicos. Isso encoraja a pensar além das recompensas imediatas, considerando as repercussões mais amplas de suas escolhas.
O jogo evita a condução por trilhos pré-definidos ou oferecer soluções fáceis. Em vez disso, apresenta um universo cheio de incertezas e consequências, onde cada ação carrega peso. A estratégia, nesse contexto, transcende a mecânica e passa a refletir os valores, prioridades e intenções de quem joga.
Em sua essência, Death Stranding 2 é uma experiência que valoriza a paciência, a empatia e o pensamento estratégico. Ele é um convite a imersão em seus sistemas, a olhar além das recompensas imediatas e a considerar as consequências de longo prazo de suas ações. Mais do que perguntar como sobreviver, o jogo questiona como você escolhe contribuir.
Em um cenário onde muitos jogos priorizam poder instantâneo e gratificação rápida, o jogo se destaca como uma proposta ousada e introspectiva. Aqui, a estratégia vai muito além de uma ferramenta para alcançar objetivos — ela se torna um espelho das nossas escolhas, refletindo quem ele decide ser em um mundo que clama por reconstrução e significado.

Death Stranding 2: On the Beach – Qualidade visual e sonora que respeitam o legado
Death Stranding 2 no PS5 impressiona com sua qualidade técnica e visual. Utilizando a Decima Engine, o jogo apresenta cenários altamente detalhados, com efeitos climáticos e físicos aprimorados que mantêm a imersão tanto em cenas estáticas quanto em movimento.
O título oferece dois modos de desempenho: um com foco em qualidade visual e outro priorizando fluidez. Ambos são estáveis e a resposta dos controles é ainda mais precisa. A diferença entre os modos de qualidade e desempenho é mais perceptível no PS5. Os tempos de carregamento são praticamente inexistentes graças ao SSD, contribuindo para uma jogabilidade contínua e sem interrupções.
De forma geral, o jogo oferece uma experiência mais refinada. Os momentos de pausas contemplativas, observando o cenário e detalhes de mundo foram frequentes em minha jornada e tornam a imersão ainda mais crível, além do simbolismo digital.
O apreço de Hideo Kojima pela música se reflete fortemente em Death Stranding 2, especialmente com a inclusão de player portátil que Sam pode usar durante suas jornadas. No entanto, os momentos musicais mais marcantes surgem de forma espontânea durante a exploração, criando conexões emocionais profundas.
Essas faixas são cuidadosamente sincronizadas com situações específicas do jogo, surgindo em momentos inesperados — muitas vezes após longas e desafiadoras travessias — oferecendo alívio emocional e reforçando a imersão nas vastas paisagens do México e da Austrália.
A trilha sonora, novamente composta por Ludvig Forssell, utiliza temas do jogo original, para intensificar os momentos mais impactantes da narrativa. A música complementa a experiência, despertando sentimentos pessoais raramente explorados em outros jogos.

Gamerdito (Veredito) de Review de Death Stranding 2: On the Beach – Vale a pena jogar?
Death Stranding 2: On the Beach é uma continuação impressionante que expande os pontos fortes do primeiro jogo, ao mesmo tempo em que introduz novas mecânicas, ferramentas criativas e uma narrativa ainda mais emocionalmente envolvente. Com uma abordagem mais aberta e flexível para o cumprimento de objetivos, o jogo oferece liberdade real.
Mesmo para quem não se conectou tanto com o título original, esta sequência merece atenção. Ela oferece uma experiência mais acessível, fluida e intensa, sem abrir mão da profundidade que caracteriza a obra de Hideo Kojima. Minha conexão com o trabalho de Kojima se aprofundou ainda mais, e posso afirmar: cada minuto dedicado a este jogo valeu a pena.
Assim como Kojima, compreendo profundamente o luto — a dor da perda dos pais, a sensação constante de solidão e a busca por conexões humanas. Death Stranding 2: On the Beach é uma experiência avassaladora.
Nota 9.5/10
É possível encontrar o título na plataforma Playstation Store. Caso queira ajudar o nosso site se manter engajado e independente, há links de afiliados para Nuuvem, na qual podemos ganhar uma pequena comissão.
Agradecemos à Sony Interactive Entertainment pela liberação da chave do jogo, nos proporcionando a oportunidade de realizar uma análise de Death Stranding 2: On the Beach no PS5.