Review do jogo Killing Floor 3 — poderia mais

Não foi por falta de feedback

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Killing Floor 3 é o terceiro título da franquia da Tripwire Interactive, conhecida por sua proposta focada em ação cooperativa contra hordas de zeds e chefes. O jogo chega à nova geração, com versões para PC via Steam, Xbox Series e PlayStation 5, após um período de beta que dividiu a opinião dos fãs.

Mesmo com um adiamento para tentar atender aos feedbacks recebidos durante os testes, o lançamento oficial, em 24 de julho de 2025, não conseguiu entregar as inovações esperadas. O resultado final acaba sendo um jogo que pouco evolui em relação ao antecessor e, em alguns aspectos, representa até uma regressão. No início desta publicação você pode conferir ao trailer oficial do jogo.

A estrutura da experiência continua baseada em partidas rápidas, nas quais o jogador enfrenta ondas de inimigos em mapas fechados. Ao final de cada rodada, é possível comprar equipamentos, melhorar armas e ajustar o loadout utilizando o dinheiro acumulado durante o combate. O jogo conta com um hub principal interativo, que centraliza as opções disponíveis nos menus tradicionais, além de permitir partidas solo ou cooperativas. Minha análise é baseada na versão de PlayStation 5.

Killing Floor 3 no PS5 com combate intenso contra hordas de inimigos em cenário sombrio
Imagem reprodução/Tripwire Interactive

O sistema de classes oferece seis especialistas, cada um com funções distintas. Há personagens mais equilibrados, outros focados em resistência, suporte ou armadilhas. Cada classe possui uma progressão própria, com habilidades passivas que podem ser desbloqueadas conforme o jogador avança de nível. Além disso, cada especialista conta com uma habilidade especial que também pode ser aprimorada.

O tradicional Zed Time retorna, sendo ativado a partir de ações específicas, como tiros na cabeça (headshots). Nesse modo, o tempo desacelera, a câmera entra em slow motion e os inimigos ficam mais destacados, especialmente nos momentos finais das ondas.

Comparando aos títulos anteriores

Comparado aos títulos anteriores, Killing Floor 3 não entrega ao que lhe deu uma base de fãs ativos. O segundo jogo havia conseguido consolidar a identidade da franquia, trazendo evolução em relação ao primeiro. Já o terceiro título não consegue avançar nessa base e acaba perdendo parte do que tornava a série única. Em vários aspectos, a sensação é de que se trata de uma versão inferior de Killing Floor 2.

Graficamente, há melhorias técnicas e a promessa de um sistema de desmembramento mais detalhado, com aumento do “gore“. No entanto, isso não se traduz em impacto durante a jogabilidade. As animações dos inimigos, das armas e do próprio personagem são pouco expressivas, e os combates carecem de peso e feedback visual. As armas não transmitem impacto, e o confronto com as hordas raramente gera tensão.

Os mapas seguem um padrão visual genérico. Embora a franquia nunca tenha sido fortemente baseada em narrativa, Killing Floor 3 apresenta ainda menos cuidado nesse aspecto. A história é pouco relevante, podendo ser facilmente ignorada ou limitada a documentos opcionais dentro do jogo.

A falta de inovação, somada a decisões que representam retrocessos em relação ao segundo título, torna o jogo difícil de recomendar. Para jogadores que não são fãs da franquia ou que não possuem um grupo fixo para jogar em cooperação, a experiência tende a se tornar repetitiva rapidamente. O jogo passa uma sensação pouco inspiração e carece de polimento, mesmo após o feedback recebido no beta, especialmente em elementos centrais da jogabilidade, apenas foram adicionadas nas atualizações futuras.

O título conta com um passe de batalha, com foco majoritariamente em itens cosméticos, além de alguns equipamentos. Ainda assim, esse sistema não é suficiente para compensar os problemas estruturais da experiência.

A maldição do terceiro jogo

Contudo, Killing Floor 3 também parece sofrer da chamada “maldição do terceiro jogo”. O primeiro título apresentou a franquia, o segundo consolidou suas ideias, e o terceiro demonstra sinais claros de desgaste da fórmula. Como é comum no MeUGamer, também analisamos comparações de picos de usuários. O segundo título alcançou quase 70 mil jogadores simultâneos apenas na versão para PC (Windows), via SteamDB. Já o jogo atual registra cerca de 30 mil usuários, ficando apenas 6 mil à frente do primeiro título. São números abaixo do esperado, especialmente considerando que havia potencial para superar esse patamar e figurar entre os jogos mais jogados do ano.

Comparativo do jogo Killing Floor 3 no SteamDB
Comparativo de usuários dados via SteamDB.

A trilha sonora mantém o metal pesado característico da série, funcionando como um dos poucos elementos que ainda remetem à identidade original da franquia. Em contrapartida, os efeitos sonoros das armas, inimigos e personagens são esquecíveis. Mesmo os chefes, que apresentam visuais mais impactantes, raramente causam a sensação de urgência ou desespero esperada em confrontos contra hordas. É possível ouvir a trilha sonora oficial completa nas principais plataformas digitais de música, incluindo o Spotify, totalizando 34 faixas, com composições assinadas por Rockay Gray e zYnthetic.

A experiência cooperativa continua sendo a melhor forma de jogar. Partidas solo sofrem com balanceamento inconsistente, enquanto grupos muito experientes podem tornar o jogo fácil demais. Encontrar um equilíbrio é essencial para aproveitar o título.

No fim das contas, Killing Floor 3 merecia mais

No geral, Killing Floor 3 é mais indicado para fãs da franquia que pretendem jogar em grupo. Para novos jogadores, a recomendação é começar por Killing Floor 2 ou até mesmo pelo primeiro título. Este terceiro capítulo acaba soando genérico e pouco memorável.

O título diverte por um curto período, mas rapidamente se torna repetitivo. Seu futuro depende fortemente do conteúdo que ainda será lançado. Resta saber se a desenvolvedora conseguirá, dentro do possível, aprimorar a experiência e entregar novidades que justifiquem a continuidade da franquia.

Finalizo esta análise com uma nota: De 0 a 10, a nota para Killing Floor 3 é 6/10.

Vale destacar que esta é minha opinião. Ainda assim, para quem é fã de jogos com hordas e tiro em primeira pessoa, trata-se de uma experiência que pode render boas horas de diversão e ajudar a aliviar o estresse do dia a dia.


Review realizada com base na versão PlayStation 5, jogada via mídia digital, com cópia de Killing Floor 3 disponibilizada pela desenvolvedora e sua assessoria. Este conteúdo não sofre qualquer influência das desenvolvedoras ou da publisher do jogo. O nosso site mantém total liberdade editorial para expressar opiniões diretas, precisas e imparciais, independentemente de tendências do mercado. Com base na confiança dos nossos leitores, que reconhecem o caráter objetivo de nossas análises, este artigo tem como objetivo avaliar se o título em questão realmente vale ou não a experiência de jogo.

Gamernéfilos, comentem aqui!

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