Warborne: Above Ashes é um jogo MMO PvP ambientado em um universo de ficção científica pós-apocalíptico, focado em conflitos entre facções e em um mundo aberto em constante disputa. Mas será que o jogo consegue cumprir as promessas e entregar a experiência anunciada? O título pode ser encontrado através da plataforma Steam e gratuito.
O universo de Warborne apresenta pouca narrativa, deixando o jogador sem contexto ou motivação clara para suas ações. Assumimos o papel de um Driftmaster sem introdução ou história de fundo, o que pode agradar quem prefere gameplay direto, mas tende a frustrar jogadores que buscam imersão e construção de mundo. A falta de um enredo sólido transforma o campo de batalha em um cenário sem propósito definido.
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Mecânicas e Progressão
Logo no início, o jogo apresenta uma grande quantidade de mecânicas: progressão de personagem, personalização, upgrades e estatísticas. O foco é claro: ação em larga escala, guerra entre facções e evolução do Driftmaster.
As seis facções disponíveis moldam o estilo de jogo, oferecendo bônus específicos que impactam combate e progressão. Além disso, os Warbands, grupos internos de cada facção, funcionam como guildas, adicionando uma camada estratégica e social à experiência.
O Driftmaster evolui por níveis, melhorias de equipamento e expansão do Driftmark, sua base pessoal. Nos primeiros níveis, a progressão é recompensadora e não exige grind excessivo. Porém, ao avançar, o jogo perde ritmo: os sistemas parecem superficiais, apesar de numerosos, e a sensação de crescimento se enfraquece, prejudicando a motivação a longo prazo.

Economia e Combate Warborne: Above Ashes
A economia de Warborne é funcional. Sistemas de coleta, crafting e comércio oferecem um ambiente justo para evolução. Facções como os Magnates tornam o início do jogo ainda mais recompensador, sem comprometer o equilíbrio geral.
O combate segue a lógica de RPGs clássicos, com habilidades vinculadas a atributos e tempos de recarga. A liberdade de criar builds variadas e experimentar diferentes estilos de luta é um ponto positivo, especialmente, considerando a diversidade de personagens disponíveis.
No entanto, o PvE sofre com falta de fluidez: a IA inimiga é limitada e pouco reativa, tornando os confrontos repetitivos e pouco desafiadores. A ausência de tutoriais claros também prejudica iniciantes, que dependem de tentativa e erro para compreender as mecânicas básicas.
PvP e Conflitos de Facção
O grande destaque prometido de Warborne era o PvP em larga escala. Mesmo na versão completa, a execução ainda não atinge seu potencial máximo. Há zonas de conflito e encontros ocasionais entre facções, mas a sensação de guerra permanente não se concretiza. Sem essa dinâmica, os sistemas de facção perdem relevância e o mundo parece mais um cenário esperando batalhas do que um campo vivo de guerra ativa.
O jogo conta com legendas em português do Brasil (PT-BR), facilitando a imersão. Algumas caixas de diálogo ainda permanecem sem tradução, mas a expectativa é que sejam corrigidas em futuros patches.

Gamerdito (Veredito): Vale a pena jogar Warborne: Above Ashes?
Warborne: Above Ashes apresenta bases sólidas e sistemas bem construídos. A progressão inicial é satisfatória, o combate é flexível e a economia funciona de forma equilibrada. Porém, a narrativa limitada, a IA fraca no PvE, o ritmo inconsistente da progressão e o PvP ainda subutilizado impedem que o jogo entregue tudo o que promete.
Em resumo, Warborne: Above Ashes é um MMO com potencial de se consolidar no gênero, mas que ainda precisa de ajustes para atingir seu impacto máximo. Jogadores que valorizam sistemas robustos e batalhas ocasionais já encontrarão diversão, enquanto aqueles que buscam guerra em tempo integral precisarão esperar por futuras atualizações.
O design de som em Warborne segue a mesma linha minimalista adotada pela direção de arte. Em vez de uma trilha sonora épica e orquestrada, o jogador é envolvido por sons ambientes que reforçam a atmosfera do mundo pós-apocalíptico: o vento cortando o deserto, o zumbido de máquinas enferrujadas, o eco dos passos em cidades abandonadas. Nos combates, o cenário muda para o caos de explosões e gritos, transmitindo intensidade, mas sem deixar uma marca duradoura na experiência auditiva.
Essa ausência de identidade estética não parece ser fruto de uma decisão artística, mas de uma limitação técnica. A principal promessa de Warborne: Above Ashes está em suas batalhas massivas e estáveis, sem quedas de desempenho, mesmo com centenas de jogadores simultâneos. Para que o motor gráfico suporte 200 personagens em tela, cada um com seus próprios efeitos de habilidade, foi necessário abrir mão de elementos mais sofisticados. Geometria complexa, texturas de alta definição e efeitos elaborados de partículas foram substituídos por soluções mais simples, priorizando fluidez.
O resultado é um visual funcional, mas genérico. A ambientação do apocalipse em Warborne não impressiona pela inspiração artística, e sim pela eficiência. A estética enferrujada que permeia o jogo é, no fim das contas, menos um reflexo de criatividade e mais o preço pago pela ambição técnica de entregar batalhas massivas sem comprometer o desempenho.

Com isso, finalizo minha experiência que, mesmo em acesso antecipado, posso dizer que minha satisfação com as mecânicas, trilha sonora, enredo e jogabilidade é de nota 7.0/10.
Fique ciente de que nossas análises no MeUGamer são técnicas e sem qualquer vínculo com as marcas, mesmo quando elas fornecem as chaves para uma review profissional.