A Valve, empresa criadora da Steam, anunciou uma nova linha de produtos do seu ecossistema que chegará no início de 2026: o Steam Machine, Steam Controller e Steam Frame.
Neste artigo vamos focar no Steam Frame, o novo VR que visa trazer uma nova maneira de interagir com o mundo virtual e concorrer diretamente com o Quest 3 e o Pico 4. Se ele realmente será um destruidor de consoles como estão dizendo. A repercussão desse anúncio foi midiática que em menos de dois dias literalmente quase 3,5 milhões de pessoas já haviam assistido ao vídeo revelação. Isso sem contar inúmeros reações de criadores de conteúdos e mídia especializada.
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A tecnologia da Realidade Virtual (VR) tem evoluído muito rápido alcançando outros mercados além dos jogos, como entretenimento, saúde e educação. Mas a indústria de jogos é o principal impulsionador da receita com 48,3% do market share em 2024, de acordo com o relatório da Mordor Intelligence.
Segundo o site Demandsage estima-se que até 2027 o número de usuários mundial de VR passará de 130 milhões. Apesar que no Brasil você pode contar nos dedos quantas pessoas declaradamente utilizam VR em seus lares.

Melhorias nos jogos
Em busca de experiências mais profundas, aproveitando o controle de movimento e o campo de visão total que o VR oferece, os estilos de jogos em realidade virtual também evoluíram muito nos últimos anos e hoje abriga gêneros bem definidos e com grandes comunidades. Por exemplo, jogos como Half‑Life: Alyx (uma aventura de tiro em primeira pessoa que explora todo o potencial da imersão) e Asgard’s Wrath (um RPG de ação robusto exclusivo para VR) mostram como as mecânicas evoluíram de simples demonstrações para experiências complexas. Compreendo que graficamente ainda há limitações, afinal, seria necessário um hardware mais robusto para conseguir ter o máximo de exigência quando falamos de efeitos de impactos.
Neste cenário, o Steam Frame chega combinando o poder da plataforma Steam com a praticidade de um dispositivo standalone, ou seja, que pode ser usado sem precisar de um PC.
O Steam Frame possui duas telas LCD de 2160 × 2160 pixels (uma para cada olho), taxa de atualização entre 72 Hz e 120 Hz — com modo experimental de até 144 Hz —, chipset Snapdragon 8 Gen 3, 16 GB de memória RAM, armazenamento de até 1 TB e peso de apenas 440 gramas. Essas informações foram relatadas pela própria Valve durante sua apresentação. Ele conta ainda com um design modular, podendo ser usado tanto como dispositivo independente (standalone) quanto conectado a um PC via streaming.
Um dos diferenciais do Steam Frame é que ele foi projetado para ser um óculos de realidade virtual que roda o SteamOS. Ele vem equipado com lentes tipo “pancake” e uma nova geração de eye tracking, que a Valve chama de Foveated Streaming, que é um novo recurso que ajusta automaticamente os detalhes para a área exata onde o usuário está olhando, proporcionando em média uma melhoria superior a dez vezes na qualidade visual e na eficiência da largura de banda.
Além disso, por rodar o SteamOS, é possível executar de forma totalmente nativa jogos verificados pela Valve, tanto de VR quanto non-VR. No segundo caso, uma tela gigante aparece à sua frente, permitindo jogar com os Steam Frame Controllers ou com um gamepad tradicional, sem qualquer preocupação. Nesse momento entra o ponto chave. Como a plataforma criada pela Valve é considerada a maior no quesito de jogos e público. Atualizações também será uma vantagem para esse novo dispositivo. Na teoria é o que seus desenvolvedores sempre emitem, entretanto, na prática pode ser diferente.

Meta Quest e outros devem ficar espertos?
É impossível vermos o Steam Frame e não compararmos ele com o Meta Quest 3, até porque a proposta é bem parecida, embora com suas diferenças.
Para começar, ambos são headsets de realidade virtual, mas a biblioteca do Steam Frame não se limita apenas a jogos em VR. Como mencionado anteriormente, ele permite executar nativamente jogos 2D (flat) por meio de uma tela virtual que aparece diante do usuário em um ambiente de realidade virtual. O Quest 3 também oferece essa possibilidade, porém de forma não nativa, exigindo que o jogador esteja conectado a um PC ou a um serviço de nuvem, como o XCloud, para conseguir rodar títulos non-VR.
Outra diferença está no foco de cada produto. Enquanto o Meta Quest 3 é voltado principalmente para o uso como um VR independente, com a opção de funcionar como PCVR, o Steam Frame segue o caminho oposto, ele é apresentado como um headset PCVR High End que também pode ser utilizado de forma autônoma. Em outras palavras, o Steam Frame traz todas as especificações de um dispositivo high-end voltado para PC, mas com o diferencial de poder operar sem depender de cabos ou hardware externo.
Agora, a diferença que dá uma vantagem ao Meta Quest 3 está na sua realidade mista mais avançada, que inclui rastreamento de mãos preciso e Passthrough colorido, permitindo uma integração mais natural entre o ambiente real e o virtual. Já o Steam Frame aposta em outro caminho: ele abre mão desses recursos para oferecer uma resolução mais alta, maior desempenho gráfico e uma experiência de imersão mais voltada ao VR tradicional. Assim, enquanto o Quest 3 se destaca pela interatividade e versatilidade, o Steam Frame vence em qualidade visual e potência técnica. Saberemos isso quando usuários começarem expressar suas opiniões do benefício e usabilidade.
Preço e viabilidade?
Há muitas especulações sobre o preço do Steam Frame, e acredita-se que ele será mais barato que o Valve Index, cujo pacote completo (headset, controles e sensores) custava cerca de mil dólares. No entanto, é provável que seja mais caro que o Meta Quest 3, vendido por 500 dólares, já que o novo dispositivo da Valve traz especificações mais avançadas. Dessa forma, a expectativa é que o Steam Frame chegue ao mercado com um preço estimado entre 700 e 800 dólares. Para quem mora no Brasil, no primeiro momento, apenas por importação, sua previsão de lançamento é em algum momento de 2026.
Enfim, se a Microsoft vem deixando de lado consoles para tudo ser um Xbox. PlayStation visando sua melhor estratégia para continuar com seus consoles. Enquanto isso, a Nintendo caminhando sozinha nos seus híbridos e concorrentes anos-luz. A Valve quer aprofundar os que acreditam que jogos devem parecer mais realista e quem sabe destruir os consoles tradicionais para uma entrada mais sensorial.
