A franquia Mass Effect sempre foi sinônimo de escolhas difíceis, romances intergalácticos e debates filosóficos que ultrapassam as fronteiras do entretenimento. Porém, com a entrada cada vez mais agressiva da Arábia Saudita no mercado de games, surge uma dúvida incômoda; a saga da BioWare pode ganhar sobrevida graças a bilhões vindos do Oriente Médio, ou corre o risco de ser podada por influências culturais e políticas?
O Dinheiro Saudita nos Games na indústria dos games. O Public Investment Fund (PIF), fundo soberano controlado pelo príncipe Mohammed bin Salman, já investiu pesado em empresas como SNK, Nintendo, Capcom e agora a Electronic Arts (EA), dona da BioWare. Eles estão nesta aquisição com a Silver Lake e Affinity Partners juntos estão injetando US$ 55 bilhões. Oficialmente, o objetivo é diversificar a economia saudita e transformar o país em referência global de entretenimento e eSports. Mas a influência cultural embutida nesses investimentos levanta questionamentos. Ao qual quero deixar uma lista abaixo.
Por Que Mass Effect Está no Centro da Polêmica? A franquia é conhecida por temas que confrontam visões conservadoras, como:
Relacionamentos LGBTQIA+ e romances livres entre raças alienígenas. Críticas a fanatismos religiosos e ideologias imperialistas. Narrativas que exploram dilemas éticos e existenciais sem filtros.

Esses pontos já geraram censura em países árabes no passado. Com investidores sauditas no comando, a pergunta é inevitável: até onde a liberdade criativa resistiria? É complicado questionar diretamente apenas com suposições. A verdade é que esta aquisição deixará alguns veículos frustrados. A polarização dos últimos anos fez a indústria perder parte de sua criatividade, e títulos considerados blockbusters acabaram enfrentando fracassos brutais. Até a própria Electronic Arts, mesmo com crescimento positivo em sua receita fiscal, amargou vendas abaixo do esperado — principalmente no último ano, com Dragon Age: The Veilguard.
Salvação ou Controle?
O lado positivo: o PIF tem caixa praticamente infinito. Se decidir apostar em Mass Effect, a BioWare teria recursos para criar uma sequência ambiciosa e recuperar a confiança dos fãs após o criticado Mass Effect: Andromeda.
O lado arriscado: junto com o investimento, pode vir pressão para autocensura. Isso significa menos romances polêmicos, enredos suavizados e até versões adaptadas para não chocar normas culturais árabes.
A tendência é que a EA continue produzindo Mass Effect no padrão ocidental, mas com cortes em versões específicas para o Oriente Médio. No entanto, se a influência saudita crescer dentro da publisher, pode haver impacto direto nas decisões criativas — transformando a franquia em um produto mais “seguro” e menos ousado.
Visão de Fã
Como fã da franquia, espero muito que o próximo título recupere o brilho da trilogia original. Quero ver novamente a BioWare entregando escolhas impactantes, personagens inesquecíveis e universos que nos façam adentrar em dilemas morais de verdade.
O dinheiro árabe pode, sim, garantir que Mass Effect continue existindo e tenha um futuro. Mas minha preocupação é simples: que não se sacrifique a ousadia criativa em troca de agradar investidores. Na minha visão desejo que o jogo não sofra influência e siga linha como citei anteriormente, da trilogia original. Considerando que Andromeda desagradou até os fãs mais abertos para novidades.
Enfim…A EA
O futuro de Mass Effect está em uma encruzilhada: o dinheiro árabe pode garantir longevidade e qualidade técnica, mas também pode engessar a narrativa que fez da saga um ícone da ficção científica nos games. Novembro está chegando e, com ele, o N7 Day 2025, comemorado no dia 7 do mesmo mês. Saberemos se a BioWare nos dará algum vislumbre ou se aguardará devido a essas mudanças.
Esta mudança para o capital fechado não será feita por ora, mas, a partir do primeiro dinheiro injetado, as ações dos acionistas e diretores atuais dos estúdios e da Electronic Arts não valerão mais nada.
Afinal, os árabes vão salvar Mass Effect… ou arruiná-lo?