Quando Metroid Prime 4 foi revelado, um alvoroço tomou conta dos fãs pela chance de ver o retorno de Samus Aran — muitos ainda acreditavam que jogariam antes mesmo do lançamento do Nintendo Switch 2. Porém, por problemas internos no desenvolvimento, o projeto foi aparentemente remodelado. Fico me perguntando: se esta versão abriu no Rotten Tomatoes com métricas menores que outros títulos da saga, imagina como seria a anterior ao adiamento.
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Confesso que muitos usuários — e até eu — sempre que pensamos na franquia lembramos da visão clássica 2D de plataforma. Mas Prime integra a proposta em primeira pessoa com maior imersão em movimentação e interação nos ambientes que a protagonista adentra. Há quem ame essa abordagem; outros não ficam tão vibrantes com a ideia, mesmo com os elementos clássicos presentes na trama, porém sob outra perspectiva.


A verdade é que os críticos não ficaram tão apaixonados quanto se esperava. Dizem que, graficamente, o jogo está bem produzido, mas sem a essência inovadora que muitos desejavam. Minha questão é: títulos que sofrem grandes adiamentos costumam retornar para corrigir feedbacks apontados pelos usuários. Aqui não é possível afirmar se esse foi o caso — quero acreditar que sim. No período de desenvolvimento havia grande polarização nos roteiros, e quem sabe esse tenha sido um dos motivos do reboot. A dúvida é se o lançamento foi precipitado ou se saiu assim para aproveitar o restante potencial do Nintendo Switch, como anunciado antes mesmo da chegada do atual console da Big N. Isso pode ter prejudicado a imersão que a pretendia.
Os elementos clássicos permanecem em Metroid Prime 4: Beyond
Dizer que é um estúdio novato seria um erro, considerando que essa subsidiária da editora japonesa é experiente e participou do desenvolvimento de todos os Metroid com perspectiva em terceira pessoa. O visual é interessante — como citei, lançar para o NS1 e não para o console mais recente pode ter reduzido o potencial de imersão. Contudo, a Nintendo sempre foi atrativa por seus personagens e tramas que fazem o jogador se sentir dentro do jogo. À medida que mais jogos são publicados e desenvolvedoras se inspiram em franquias consagradas como o próprio Metroid, os estúdios se veem na missão de inovar para se manter sempre à frente.
Pelas notas iniciais fica claro que o jogo está longe de ser ruim. Das 69 análises, descarto — igual nas apurações das escolas de Sampa — as piores e as melhores notas; por incrível que pareça, sempre os mesmos críticos seguem um padrão. No restante vejo questionamentos sobre um mundo aberto que acaba sendo mais cansativo do que agregado à trama, além de elementos confusos. A métrica das análises conclui uma nota de 8.1/10.
No mais, tudo funciona perfeitamente para quem é fã da saga Metroid Prime. Penso que tudo está em seu devido lugar: Samus carismática como sempre, biomas que trazem a identidade da série, seu Plasma Beam (Raio de Plasma), o icônico Morph Ball (Bola Morfa) que todos reconhecem o jogo só de olhar — entre outros detalhes. Sem esquecer da trilha sonora que é angustiante e icônica.
Assim como em Doom: The Dark Ages, que alterna para a terceira pessoa quando o Slayer utiliza um veículo, em Metroid Prime 4: Beyond ocorre o mesmo: a personagem usa uma moto futurista para locomoção nas extensões do planeta Viewros. Nesse sentido, acredito que graficamente o jogo perde um pouco da profundidade dos cenários, principalmente quando Samus percorre áreas desérticas. Mas isso não chega a ser um problema, já que o foco está longe de ser a locomoção constante com a moto.

O clima de solidão permanece intacto, mesmo quando há interação com outros personagens. O mapa, constituído por caminhos que parecem verdadeiros labirintos — marca da franquia e inspiração para toda uma geração de desenvolvedores — continua inalterável.
Quem sabe em um futuro próximo publicaremos nossa análise para o review oficial de Metroid Prime 4: Beyond. Com o crescimento dos jogos em VR/AR (Realidade Virtual/Aumentada), este seria excelente candidato caso a Nintendo acreditasse nessas possibilidades. Recomendo, para quem busca maior profundidade, jogar em uma televisão para aproveitar todo o visual icônico desta saga que retorna abrindo um novo legado no Nintendo Switch 2.
O título possui o lançamento oficial na data de 4 de dezembro de 2025 no Switch 2. O jogo está localizado também no interface e legendas em português do Brasil.
