Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton, e o início da família Real
Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton — divulgação / Netflix

Ao assistir “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton”, é impossível não notar o nível de produção que mantém o padrão de qualidade de seu predecessor, “Bridgerton“. O cuidado com o figurino e a ambientação são óbvios desde os primeiros minutos da série. No entanto, o tom utilizado pelos roteiristas logo de início, ao explorar a ideia de uma mulher sendo submissa e tendo filhos, pode deixar um gosto amargo na boca dos espectadores.

A série spin-off de “Bridgerton” deixa claro que as minorias são oprimidas pelos brancos privilegiados, e que as mulheres sofrem pela falta de voz e de liberdade. É uma abordagem que pode ser vista tanto como uma crítica ao passado quanto como um alerta para o presente, e que mantém a marca da equipe criativa que trabalhou em “Bridgerton”.

As personagens femininas de “Rainha Charlotte” são interessantes e bem construídas. Elas lutam contra as amarras da sociedade da época e encontram formas de se expressar e de encontrar a felicidade. A trilha sonora característica de época ,também utilizando tablaturas contemporâneas deixam um mais tom suave, relaxando o espectador.

As personagens centrais do spin-off

E é justamente aí que entra a interpretação. Em “Rainha Charlotte”, os roteiristas apresentam uma realidade que pode ser vista como triste e opressora, mas que também pode ser vista como uma prova da força e da resiliência feminina. A série aponta para os problemas do passado, mas também mostra como as mulheres lutaram para mudá-los.

Golda Rosheuvel continua perfeita em sua interpretação como a Rainha Charlotte em sua versão já experiente e mãe. Com o humor ácido, sempre “catucando” seus filhos, em busca de um herdeiro legítimo, desde o falecimento de sua neta. A atriz também interpreta a Rainha na série principal Bridgerton. A personagem ainda busca encontrar o seu lugar como governanta e ao mesmo tempo reunir sua família para trabalhar em prol da Inglaterra.

India Amarteifio (Sex Education), não compromete no papel de sua majestade na fase jovial. Conseguindo passar o sentimento de uma mulher na época que deveria respeitar o patriarca da família.

Lady Agatha Danbury, é representada no spin-off pela atriz Arsema Thomas, personagem que também aparece no original por Adjoa Andoh, em que retorna para o papel. Arsema, consegue provocar uma atuação sem contratempos e possui um olhar penetrante, que nos prendes em seus momentos de atuação. Representando uma personagem forte e decisões que pode mudar o rumo de uma série de pessoas ao seu comando.

Rei George e sua loucura!

 A série também aborda os primeiros delírios do Rei George, Corey Mylchreest (Sandman), marido de Charlotte. Na trama, é possível perceber como a saúde mental do monarca começa a se deteriorar, levando-o a ter alucinações e a se comportar de maneira errática. Essa abordagem contribui para uma discussão sobre a importância do cuidado e da atenção com a saúde mental, mesmo em posições de poder e destaque social. A inclusão desse tema na série demonstra a preocupação da produção em retratar de forma mais fiel à realidade histórica e social da época.

Apesar de suas conquistas, o Rei próximo ao fim de sua vida teve que ser substituído por seu filho, Jorge IV até sua morte. Destaque para o episódio 4 focado no Rei e seu problema de crise existencial para encontrar uma cura para sua patologia. Este processo foi um daqueles que fizeram “milady” torna-se uma das mais respeitadas de seu tempo. Além disso, também reinou por mais tempo no trono do Reino Unido, por 57 anos até sua morte!

Charlotte realmente é foi uma Rainha negra?

É importante ressaltar que a figura histórica de Charlotte, ou Carlota, de Mecklenburg-Strelitz, que foi rainha consorte da Grã-Bretanha e Irlanda no século XVIII, era de fato descendente de uma ramificação negra da Casa Real Portuguesa, através de sua mãe, Margarita de Castro e Sousa. No entanto, não há evidências concretas de que a Rainha Charlotte era negra como é retratada na série “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton”.

A escolha da série de representar Charlotte como negra pode ser vista como uma tentativa de dar maior visibilidade à diversidade e inclusão, temas importantes na cultura contemporânea. Entretanto, é preciso lembrar que a série se trata de uma obra de ficção e que, portanto, os fatos históricos podem ser livremente adaptados para a narrativa.

Fique ciente, que o atual reinado dos monarcas da Inglaterra são descendentes direto do Rei George III e de sua esposa, Charlotte de Mecklenburg-Strelitz. O casal teve 15 filhos, em que atualmente o trono britânico é do Rei Carlos anteriormente (Príncipe Charles), que é descendente deles por meio de sua avó, a Rainha Elizabeth II. A partir desse ponto, podemos traçar toda a linhagem da família real britânica e entender quais são as suas raízes e origens históricas.

No fim das contas, “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” é uma série bem produzida e com uma abordagem interessante. Ela pode ser vista como uma crítica ácida ou como um olhar carinhoso para o passado, dependendo da interpretação de cada espectador. De qualquer forma, é uma série que vale a pena assistir e que certamente irá gerar muitos debates e reflexões.

Por fim, a série “Rainha Charlotte: Uma História Bridgerton” está disponível na plataforma de streaming da Netflix, contendo 6 episódios na primeira temporada.

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