Análise de Copycat: A Saúde Mental sob a Perspectiva de uma Gata

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Copycat é um jogo que tive o prazer de experimentar antecipadamente na versão para PC Windows via Steam, e ele me impactou profundamente. Gostaria de agradecer a Samantha Cable e Kostia Liakhov, dois desenvolvedores do estúdio independente australiano Spoonful Of Wonder. O desenvolvimento deste jogo levou alguns anos para ser concluído, com colaborações de publicação da Neverland Entertainment, incentivos da Nuuvem e Screen Australia.

Este título não é exatamente do gênero que costumo explorar, mas a abordagem despertou meu interesse. Até quase uma década atrás, nunca tinha tido um gato como animal de estimação. Isso mudou quando comecei a cuidar de uma gatinha abandonada, trazida por minha companheira na época. Depois vieram outros quatro gatos abandonados, totalizando cinco, embora um tenha falecido nesse período. Apesar de eu não me considerar um “pai de pet“, essa experiência me fez orientar pessoas que tinham repulsa por gatos. O mito do gato ser traiçoeiro ou ingrato é falso; na verdade, eles são estratégicos e ficam onde são verdadeiramente acolhidos.

Dito isso, vou adentrar na análise de Copycat, explorando também a relação do jogo com a saúde mental. Muitas vezes, ao chegarmos a um certo ponto da vida, se ela não for como esperávamos ou como os outros esperam, sentimos que estamos sendo deixados de lado. A vida é passageira, e acabamos nos perguntando o que deixamos de fazer devido a algumas escolhas. Ao entrar no mundo de Olive, a protagonista da trama, percebemos que a vida é moldada por quem realmente somos.

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Após escolher uma entre seis opções de gatas para ser a protagonista – cada uma com suas características únicas descritas pelo voluntário do abrigo – a nova tutora leva a felina escolhida para casa. Nesse momento, conhecemos os primeiros passos do jogo através de um breve tutorial dos controles disponíveis. Logo de início, sentimos um leve e angustiante vazio, pois os desenvolvedores procuram simular o comportamento real de um gato, especialmente no processo de adaptação. É natural que a aceitação do novo lar e do novo dono não seja imediata. Isso fica claro quando a gata chega à casa da nova tutora, Olive, desconfiada e com medo de sair de certos locais, temendo rejeição.

Desde o começo, o jogo aborda a importância da adoção e dos cuidados com os animais, destacando as responsabilidades envolvidas. Os animais não devem ser vistos como simples passatempos para compensar uma perda. Olive, a nova tutora, aprenderá a conviver com sua gata, Dawn, em um novo lar. A narrativa é cativante, e a trilha sonora, especialmente nos momentos de tensão, evoca o ambiente selvagem das savanas africanas.

Quem já teve um gato sabe que a adaptação a novos ambientes não é tão rápida quanto a de um cão. Pode levar dias, até semanas, para que o felino se acostume ao seu novo lar. O tutorial é interessante, especialmente por ser narrado no estilo de documentário, oferecendo um pano de fundo explicativo sobre as espécies. Essa escolha aumenta a imersão e realismo da experiência. O narrador, com voz firme, transmite a emoção da narrativa, lembrando os documentários sobre a vida animal.


Olive, uma senhora idosa e debilitada fisicamente, adota Dawn de um abrigo. Apesar de sua condição de saúde, ela se recusa a ser tratada como inválida. Ao explorar a casa, descobrimos mais sobre sua vida e sua paixão pela arte, com quadros retratando sua filha e neta. A trama não gira apenas em torno de viver como um gato, mas em demonstrar empatia por pessoas que enfrentam diversos problemas. A saúde física e mental de Olive reflete uma vida longa e cheia de experiências.

Em determinados momentos da vida, achamos que somos autossuficientes; em outros, precisamos reconhecer que precisamos de ajuda. Atualmente, há locais especializados para nos orientar em momentos de crise mental, e o jogo aborda essas questões de forma sensível.

Esse jogo traz à tona a reflexão de que a convivência com outros seres vai além de buscar um substituto para uma perda; trata-se de conquistar confiança. Isso é evidenciado quando Dawn explora a casa e até mesmo seus sonhos, nos quais deseja ser livre como uma gata selvagem. Aos poucos, a gata percebe que suas vontades dão lugar à necessidade emocional de Olive, que precisa de atenção e conforto. A relação entre as duas é tocante, e, ao longo da trama, fica claro que, muitas vezes, os animais acabam escolhendo seus donos para serem parte da família.


O gráfico do jogo é positivo para o que é entregue, com movimentos realistas que capturam o comportamento de um gato. Além da carga emocional, o jogo oferece momentos de descontração, como quando Dawn sobe em árvores, desliza por estantes e mesas, ou até mesmo arranha objetos para afiar suas garras. Quem tem gatos vai se identificar com essas cenas. A trilha sonora, composta por Daniel Bunting, complementa o clima, criando uma atmosfera instigante.


Veredito (Gamerdito) Copycat:

Copycat nos oferece uma história de resiliência, compaixão e empatia. O jogo nos faz questionar se devemos seguir a razão ou o coração e nos ensina que as escolhas sábias trazem paz interior. Com uma narrativa emocionante, que, por vezes, nos provoca angústia, o jogo nos faz refletir sobre a importância de convivermos em harmonia, mesmo com nossas diferenças.

Em nenhum momento o jogo nos leva a crer que um animal pode substituir a companhia humana. Ao contrário, ele mostra que os animais são capazes de reconhecer quando estamos sozinhos e emocionalmente vulneráveis. A solidão não é benéfica para ninguém, e a ajuda pode vir tanto de pessoas quanto de nossos animais de estimação.

A jornada de Dawn, uma gata resgatada de um abrigo, ilustra que todos merecem uma nova chance. Se você estiver passando por uma situação difícil, nunca tenha vergonha de buscar ajuda. Conte com pessoas de confiança, sejam elas familiares, amigos ou profissionais, até mesmo em suas crenças espirituais. Enfrentar os problemas de frente é essencial.


Concluo esta análise com uma nota 8/10 para Copycat. O título oferece uma proposta única, completamente diferente de sucessos como Stray ou Little Kitty, Big City. Embora, de não ser nada longo, a reflexão é o suficiente para explorar esta perspectiva!

Um detalhe interessante, caso esteja animado para jogar, é que o jogo conta com legendas e interface em português brasileiro. Isso aumenta a imersão para aqueles que desejam compreender cada momento da trama. Vale lembrar que, como parte do nosso compromisso com jogos indies, você pode adicionar o título à sua lista de desejos para ajudar a destacá-lo nas plataformas em que for lançado. A seguir, assista um gameplay inicial sobre os aspectos gerais do jogo. O vídeo foi originalmente publicado em nosso canal oficial do YouTube nessa página [aqui].

Copycat - Gameplay sem comentários (PT-BR legendas)

Agradeço à Spoonful Of Wonder pela chave de acesso ao jogo Copycat para PC Windows via Steam. Espero que nossa análise ajude os leitores a decidir se o jogo vale a pena. Ele foi lançado oficialmente em 19 de agosto de 2024, com versões para Playstation, Xbox e Nintendo Switch. Uma demonstração gratuita está disponível na plataforma da Valve no Steam. Fique ciente, que dependendo da época que estiver acessando nosso site, essa demo grátis pode não está mais funcionando para baixar.

Caso tenha algum gato, adicione nos comentários a idade, nome e quantos você possui!

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Entusiasta dos games, filmes de sci-fi, e nas horas vagas sonha em ser astrônomo amador. Acredito que todos possam ter suas opiniões onde devemos respeitá-las. Uma das minhas paixões é o maior Clube Brasileiro, o Flamengo! Vamos gamernéfilos que todos os dias há novidades =).

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