Banishers: Ghosts Of New Eden, é um jogo publicado pela Focus Entertainment e desenvolvido pela DON’T NOD é um título solo (single-player) com elementos de RPG e ação, focando em narrativa, onde acompanhamos a saga de Red e Antea, atuando como caçadores de fantasmas no século 17 (XVII).
O título mescla momentos de ação e narrativa baseada em escolhas, elevando o nível da história. No entanto, será que esse equilíbrio entre ação e narrativa consegue cativar o público, ou a DON’T NOD investiu demais em sua área de domínio, entregando um conteúdo maçante que pode desapontar jogadores ávidos por ação?
Mistérios em New Eden
Nossos protagonistas, Red e Antea, desembarcam no local focados em auxiliar um velho amigo, residente na comunidade de colonos atormentados por uma maldição. Como um “banisher” (banidor), nosso papel é investigar os acontecimentos misteriosos em New Eden, além de explorar as paisagens e lidar com personagens de características únicas, cujos destinos, serão parte de nossa narrativa e poder de decisão. Como caçadores de espíritos treinados, Red e Antea possuem a capacidade de proteger os vivos de maldições, adotando rituais poderosos no processo.
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Sua especialização foca no combate contra espectros e fantasmas, utilizando o arsenal de Red e os poderes sobrenaturais de Antea, em um sistema em dupla dinâmico, sendo o principal destaque de jogabilidade, através de uma sinergia que mescla armas e habilidades em danos únicos. Os fantasmas possuem a capacidade de drenar a força vital dos vivos, causando loucura ou morte no processo. Evitando tais problemas, Red e Antea decidem o destino das almas em cada região aberta parcialmente, envoltos em uma variedade de casos misteriosos.
Inicialmente, boa parte da trama em Banishers: Ghosts Of New Eden e histórias secundárias são focadas na coleta de pistas, diálogos e alguns poucos confrontos, contra alguns espíritos. Outras questões ocultas também estão presentes, constituindo grande parte da aventura. O título também inclui alguns momentos de puzzles ambientais, atuando com Red e Antea e suas capacidades singulares. Red é o lado humano, interagindo com o ambiente da mesma forma e Antea atua utilizando seus poderes espectrais, apontando elementos que antes não seriam visíveis ou na movimentação em uma espécie de teletransporte em curto espaço.
A segunda parte, foca em momentos decisivos, ressaltando escolhas importantes inseridas na narrativa, banindo ou poupando uma alma, permitindo ou não que ela encontra a paz que tanto busca. Esses dilemas concluem cada pequena história apresentada e ao mesmo tempo, modificam o fio conectivo narrativo do jogo, aprofundando a história, sendo algo notável. Cada personagem possui alguma informação que agrega imersão e situações cotidianas.
No entanto, as decisões tomadas pesam de forma avassaladora sobre nossos ombros, pois o destino de um dos protagonistas dependerá disso. Não entrarei em detalhes sobre momentos importantes da trama, evitando spoilers. Decisões custam um preço elevado, trazer alguém de volta a vida pode custar muito mais que esperaríamos e optar por um caminho oposto pode causar dor e sofrimento. Além dos personagens, decisões e diálogos, o mundo de Banishers: Ghosts Of New Eden possui diversas áreas para exploração, composto de áreas escondidas ou acessos alternativos.
O sistema de localização, sinceramente, é dispensável, no mínimo. Em diversos momentos sequer sabia para onde prosseguir, com falhas constantes no sistema de localização. Os cenários são característicos da época, compostos de panoramas belos, além de detalhes de comunidades do início da colonização. Velhas casas em madeira, iluminação arcaica, estradas moldadas através da natureza, objetos de mundo igualmente rústicos, tudo parte da ambientação, ampliam a imersão.
Combates básicos
Acima de tudo, não espere por combates únicos e mecânicas impressionantes. Existe o senso de lentidão inicial, aumentando em pouco a jogabilidade após o desbloqueio das habilidades adicionais. Red, por exemplo, é excelente no combate corpo a corpo, posteriormente, ótimo como o rifle, mesmo com o poder de fogo lento e limitado. Possui golpe poderoso com a espada e uma capacidade de banir almas eficaz e rápida.
Antea atua agilmente e possui golpes ainda mais poderosos. Em seu estado avançado no jogo, ela serve como aliada temporária, muitas vezes valiosa. Muitas de suas habilidades são excelentes quando dominadas, no entanto, exigem um conhecimento e habilidade por parte de nós, jogadores, em confrontos que costumam ser exigentes. Nos modos mais fáceis, você terá uma experiência, digamos, básica, além de inimigos pouco variados.
Tais habilidades são frequentemente testadas durante as batalhas, quando sofremos ataques de fantasmas. Alternar entre os dois aumenta a dinâmica de combate, proporcionando combos satisfatórios, como por exemplo, recarregar a arma de Red quando Atea inflige um dano certeiro em um fantasma. No entanto, os inimigos são pouco variados e utilizam táticas de abordagem igualmente limitadas. Os fantasmas de coloração branca protegem os demais de coloração verde.
Brancos movem-se em direção aos cadáveres que assumem, exigindo atenção, pois ao assumir um corpo, fica mais difícil de eliminá-lo. Fantasmas de coloração vermelha são maiores, mais difíceis e a melhor tática é o uso da esquiva. Luta contra os famosos chefes adicionam um toque a mais na dinâmica, mas de forma geral, nem tudo é responsivo como deveria ser. O combate, resumidamente, é bom, no entanto, limita-se pela mecânica endurecida, como no sistema de defesa, demorando muito mais que o desejado.
A árvore de habilidades inclui outras opções de combate. Inclusas, estão defesas, manifestações e ataques. Talentos ativos são raros e pouco diversificados. A maior parte dos requisitos fornece apenas pequenos aumentos de dano, inseridos em um sistema de progressão conhecido no mundo do RPG. Da mesma forma, fiquei surpresa com o potencial em combate das habilidades, não devo desmerecê-las e quando bem executadas, são ótimas propostas de mecânica, associadas aos visuais únicos.
Visualmente, Banishers: Ghosts Of New Eden é um jogo bonito. Possui escolhas de design criativas, modelagem de personagens críveis, apesar de algumas limitações visuais evidentes por seu orçamento limitado. Evidenciei quedas de desempenho em determinados momentos, muitos em áreas vazias e outro em momentos de lutas, contendo muitos inimigos em tela. Problemas de sincronia labial, modelagem de personagens com entrega duvidosa, o jogo requer alguns refinamentos, no entanto, os problemas observados não são punitivos ao ponto de atrapalhar e causar a desistência dele. É um critério técnico que deve ser relatado como ponto de prejuízo para o título, sem de fato causar impacto em nossa atuação.
Gamerdito (Veredito) de Ghosts Of New Eden
Banishers: Ghosts Of New Eden é excelente em sua narrativa, porém, limita-se ao conhecido, causando prejuízo nos momentos de ação propostos. Apesar dos diversos arcos narrativos, personagens e tramas únicos, brilha somente ao avançar, estimulando o uso de habilidades presentes na progressão dos personagens, deixando lacunas significativas durante boa parte de sua gameplay, cujos biomas e trajetórias encaixariam perfeitamente momentos de ação.
Causa um misto de sensações, exigindo atenção do jogador, habilidades, paciência nos momentos em que o jogo é pouco responsivo e limitado. Envolto em tons de cinza, o título encobre o brilho e potencial de sua jogabilidade. Indico o título pela experiência singular ao atuar com Antea e Red, figuras profundas, críveis e poderosas.
Banishers: Ghosts Of New Eden está disponível para PC via Steam, Playstation 5 e Xbox Series X|S. Agradecemos à Focus Entertainment e à DON’T NOD pela liberação da chave do jogo para nossa análise no PS5. A seguir, para encerrar nossa review, assista ao vídeo de jogabilidade de Banishers: Ghosts of New Eden sem comentários.
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Aos interessados o título pode ser adquirido nas plataformas como PS Store para Playstation 5, Microsoft Store no Xbox Series X|S e PC Windows via Steam e Epic Games Store.
Nota da análise: 8/10.
