Hellblade 2 é uma versão evoluída de Dear Esther

Sua saúde mental sempre deve ser preservada; não tenha vergonha de procurar ajuda

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Sei que vocês vão detestar essa comparação, mas o que a Ninja Theory nos ofereceu ao longo dos anos trailers oferecendo combates épicos na continuação da saga de Senua em Hellblade 2. Desenvolvendo uma grande ansiedade e a palavra da moda “hype” para seu lançamento oficial em 21 de maio de 2024. Observamos esta nova jornada é um jogo de caminhada, evidentemente menos longo que Death Stranding. Mas minha comparação vai para Dear Esther: Landmark Edition, desenvolvido pela The Chinese Room. O título nos coloca em uma caminhada atmosférica com uma paisagem interessante, sonoplastia e acontecimentos enigmáticos. Esse jogo é curto, mas nos coloca em uma reflexão do que é importante para nossas vidas e atitudes que deveríamos ter seguido.

Em Senua’s Saga: Hellblade II, a ambientação e os gráficos são os melhores já lançados, sendo exclusivo da Xbox Game Studios no Xbox Series X. Isso ninguém poderá reclamar da Ninja Theory, o problema é que a Islândia possui grandes folclores que podem ser contados e deveriam entrar nessa continuação. Mas os cuidados com os visuais realistas não foram os mesmos na trama e na jogabilidade.

Devo parabenizar Melina Juergens por sua atuação na captura de movimento e na interpretação como a protagonista Senua, principalmente quando ouvimos sua paranoia, trazendo aqueles efeitos sonoros em harmonia como se estivessem tocando em nossa nuca, trabalhando ao binaural. Eles fizeram como se fosse tão fácil em relação aos milhares de jogos lançado pela indústria!. Muito provável Juergens receberá premiações por sua atuação nesse jogo.

Melina Juergens em como Senua
Cena entre Thórgestr e Senua personagem de Melina Juergens

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Causa e Consequência

Diferentemente de Dear Esther, que tem aquela sensação de impotência com falas aleatórias em poucos momentos, no jogo da Ninja Theory, particularmente é parte da história ouvir as vozes na mente atormentada de Senua — é como o bem e o mal ou capiroto, ou a luz falando diretamente com ela — ao menos é o que achamos. Contudo, chega um momento em que o binaural, que é um fator positivo e apresenta toda sua melhora, acaba ficando massante por se tornar cansativo após três ou quatro horas de jogatina. Considere que esse é o menor dos problemas deste jogo.

Os dois títulos se passam em uma ilha no meio do nada: Dear Esther é mais voltado para a ambientação simular aos das Hébridas, um largo arquipélago na costa oeste da Escócia, enquanto Hellblade, como mencionei, é inspirado na Islândia. Em um, você sabe que algo terrível aconteceu, mas não sabe o que; no outro, é uma sede de vingança interna de alguém à beira da loucura.

Imagem dos dois jogos do artigo
Paisagem de Dear Esther à esquerda e Hellblade à direita (reprodução).

Uma coisa que devo confessar é que, ao jogar, sempre me lembrava do longa-metragem ‘O Homem do Norte‘, protagonizado por Alexander Skarsgård e Anya Taylor-Joy, pois os trajes dos guerreiros e o estilo de combate são similares. Até aquela vontade de vingança é simular! Soará estranho, mas tanto o Homem do Norte quanto Senua conseguem ter uma conversação peculiar com entidades, mesmo que, na jovem, sejam vozes de sua cabeça.

O combate traz alguns combos pré-scriptados e parece que estamos jogando em um dispositivo móvel devido à programação dos golpes. Os títulos da Telltale Games você ainda consegue ter uma melhor mobilidade com seus Quick time event. Ignorar o fato de que aguardamos alguns anos desde o retorno da saga é frustrante, ao desejo dos fãs que fizeram de um título que apresentava um status no máximo double-A para um dos jogos AAA mais aguardados em 2024. A questão dos quebra-cabeças (puzzles) é interessante, mas logo percebemos como eles funcionam e ficam sem a dificuldade que sua desenvolvedora acredita que teriam entre os jogadores.

Em diversos momentos, considerei repetitivos, parece que Odin queria nos causar raiva! Mesmo que as Valquírias tenham em seu propósito eleger os mais heroicos guerreiros mortos em batalha e conduzi-los ao salão dos mortos, Valhalla. É difícil dizer se o destino de Senua é Valhalla, Fólkvangr ou até mesmo Hel. A verdade é que ambos os títulos trabalham com problemas de saúde mental. Bem como, o saber que os Jotuns (Gigantes) não são tão maus como pensávamos, e tudo é somente por um controle mental dos Goði (guias espirituais).

Imagem dos jogos citados no artigo.
Cenas dos dois jogos em ambiente interno (reprodução).

O efeito da saúde mental em Dear Esther e Hellblade 2

No fim, as escolhas podem nos chocar com todos os acontecimentos que, ao longo da jornada e narrativa de cada um, nos trazem uma reflexão da vida. A Ninja Theory mostrou que, se a indústria desejar, consegue trazer um jogo com gráficos realísticos. Embora o gameplay não corresponda ao esperado, fazendo deste título apenas um walking simulator, concluindo um contexto similar ao de Dear Esther: Landmark Edition. O confronto com o existencialismo e crenças e até onde uma pessoa pode ir pelo que acredita traz um efeito positivo que, ao término, podemos descansar sabendo que aquela situação trouxe um conforto e paz aos envolvidos.

Poderia dizer que a franquia Hellblade pode ter sido precursora da popularização do ASMR (Resposta Sensorial Autônoma do Meridiano). Brincadeiras à parte, reitero a qualidade do estúdio nesse quesito e a abordagem dos efeitos dos problemas de conflito mental.

Caso queira conhecer um pouco mais da trama de Senua’s Saga: Hellblade II, recomendo também jogar o primeiro título. Ambos estão disponíveis no catálogo do Xbox Game Pass para usuários com conta ativa, assim como no PC Windows e via Steam. O mesmo vale para quem não conhece Dear Esther: Landmark Edition, que está disponível no catálogo da plataforma Steam. No ano de 2022, sua desenvolvedora havia adicionado o título gratuitamente por tempo limitado na versão de PC para os usuários da plataforma Steam.


Portanto, este artigo foi elaborado para fazer uma comparação sobre os efeitos que as angústias das pessoas podem trazer e as ações drásticas quando estamos com nossa saúde mental comprometida. Com uma visão de como o mundo dos games também consegue abordar tais situações e alertar aqueles que de algum modo vêm passando por isso, e que há esperança quando nos libertamos dos traumas e entendemos que é possível contornar essas situações ao fazer escolhas corretas! Procure ajuda de especialistas e, caso tenha alguma fé, peça por um caminho que preserve sempre a vida!

Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Entusiasta dos games, filmes de sci-fi, e nas horas vagas sonha em ser astrônomo amador. Acredito que todos possam ter suas opiniões onde devemos respeitá-las. Uma das minhas paixões é o maior Clube Brasileiro, o Flamengo! Vamos gamernéfilos que todos os dias há novidades =).

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