TEVI, desenvolvido pela CreSpirit e publicado pela Neverland Entertainment, é um metroidvania de ação ambientado em um mundo vibrante repleto de segredos. No jogo, assumimos Tevi, que desempenha um papel crucial na história, acompanhada por seus companheiros Celia e Sable. Adaptando a jogabilidade com elementos de bullet hell, o combate em TEVI torna-se frenético. A mistura de metroidvania e bullet hell funciona? 

O mundo de Az 

TEVI conta a história do mundo de Az e suas criaturas únicas conhecidas como beastkin, magitech e os humanos. Az utiliza o mana como seu principal recurso, associado aos magitech. No entanto, eles se rebelam contra os humanos, desencadeando uma guerra que enfraquece a monarquia de Az. Apesar da guerra, o mundo encontra uma paz temporária, e uma passagem de tempo apresenta nossa protagonista TEVI, uma jovem cheia de energia, presa após uma tentativa de roubo frustrada do Astral Gear, um objeto especial contendo mana. 

Ao conseguir a liberdade, Tevi se depara com Celia, uma espécie de anjo que realiza pesquisas em Az, e Sable, um pequeno demônio frequentemente perdido em suas tentativas sem sucesso de escapar do local. Juntos, decidem unir forças para obter mais Astral Gears, fortalecer sua amizade e enfrentar todos os desafios existentes em Az. 

Um Bullet Hell em plataforma 

Como um metroidvania em sua essência, espere por elementos conhecidos e tradicionais do gênero, incluindo um mapa e cenários amplamente divididos e interligados, com segredos em diversas áreas escondidas. O elemento Bullet Hell, inicialmente, é comedido, com poucos inimigos em tela e tempos de esquiva consideráveis. Além disso, Tevi resiste aos ataques com maestria, porém, conforme avançamos no jogo, a adição de novos inimigos e chefes torna a dinâmica exigente.

Cada bioma que atravessamos possui um tema específico e são bem variados, refletindo cenários como desertos ou uma espécie de submundo. Não existe um padrão específico abordado, e a transição entre eles é possível também através de teletransporte, após adquirir novos poderes. Em cada bioma, uma grande variedade de inimigos, chefes e poderes aumentam ainda mais a diversão e potencializam a jogabilidade. 

No ano passado, realizei diversas análises em jogos de plataforma e metroidvania, sendo que TEVI é notavelmente mais fraco no quesito plataforma. As áreas em si não são tão divertidas para a exploração, e a obtenção de novas habilidades adota um processo lento, atrasando também a exploração do mundo.

A maioria das habilidades existentes são obtidas de itens aleatórios, e não da busca direta pelos Astral Gears quando procuramos por um salto maior ou salto duplo, perdendo assim a oportunidade de adquiri-los diretamente no progresso do jogo. Apesar de se associar ao estilo metroidvania, ele busca acessibilidade e facilita a vida ao implementar caminhos sem ramificações, tornando o caminho a seguir óbvio, o que prejudica a experiência. 

O avanço também requer tempo gasto ajustando equipamentos e poderes, o que é facilmente compreensível. No entanto, a ausência de legendas em português pode dificultar a vida de jogadores que não dominam o idioma. Minha única decepção está relacionada ao mapa e ao senso de orientação implementados, que deixam lacunas significativas como peça fundamental de orientação, limitando-se a uma sinalização não tão eficaz. Com o vai e vem entre níveis e a exploração do mundo, é fácil ficar desorientado durante o jogo, e seguir pelo caminho errado torna-se uma rotina frequente. 

O combate em TEVI 

O combate é a peça-chave em TEVI, e mistura movimentos simples com combos, ataques corpo a corpo e à distância. Além disso, determinadas habilidades de movimento entram em jogo. Os recursos disponíveis, como as bombas, são úteis para eliminar obstáculos e descobrir novas rotas. 

Lidar com as habilidades e recursos em TEVI é fundamental quando se trata tanto de inimigos no mundo quanto dos famosos chefes, que forçam os jogadores ao limite ao utilizar todo o espaço ambiental para, literalmente, tornar suas vidas um inferno. Nesse momento, o estilo bullet hell brilha, exigindo tempo e domínio de esquiva de balas e demais ataques. 

Os chefes também apresentam progressões de dificuldade, com cada novo encontro aumentando a complexidade e a forma como os padrões são percebidos. Mesmo após upgrades, cada nova luta parece mais desafiadora, deixando margens pequenas para erros. Contrastando com os inimigos que servem apenas como obstáculos móveis no mundo, os chefes proporcionam a verdadeira sensação de bullet hell, exigindo toda a adrenalina e precisão. 

Apesar do processo de combate e movimentação não adotar profundidade, existem opções que realmente funcionam, como os dashes aéreos e laterais, ótimos para movimentos rápidos, e o combo básico que Tevi utiliza, aplicando quatro golpes sequenciais e fornecendo danos sólidos. Celia e Sable também contribuem com seus tiros e diferentes habilidades em formato de esferas, especialmente quando otimizadas. 

Opções de dificuldade são acessíveis

O ponto negativo é que o nível de dificuldade escolhido também afeta a performance dos chefes, que muitas vezes são derrotados com simples combos. Buffs sequer são opções nesses níveis, sendo funcionais apenas em dificuldades mais altas, onde os buffs adicionados aumentam habilidades específicas. Apesar de limitados e com poucas opções disponíveis, são obtidos com facilidade durante o jogo. 

 Talvez a experiência possa assustar os novatos nas dificuldades mais elevadas, pois é intensa e focada no reflexo, envolvendo demais em sua premissa simples de desviar de ondas de balas, tentando sempre atingir o alvo adversário. A complexidade desses padrões intrincados entre projéteis que preenchem a tela exige concentração e reflexos rápidos. 

Os níveis de dificuldade recebem nomes diferenciados, como “cakewalk” e “picnic”, onde o dano dos inimigos é reduzido, a quantidade de balas também, e o HP é recuperado quando atinge menos de 50%, por exemplo. Cada dificuldade adotada altera os requisitos adicionando mais ou menos desafios, e podem ser modificadas mesmo após o início do título. 

A interface do usuário apresenta detalhes sobre as movimentações e ações de Tevi, Sable e Celia. Itens também são listados e recebem suas descrições, orientando os jogadores sobre seus usos e requisitos específicos, como dano de ataque, capacidade de cargas, entre outros detalhes adicionais. 

A mistura do pixel art e anime 

 Visualmente, TEVI é um jogo bonito, mesclando elementos de anime em artes bem desenvolvidas e de alta resolução com o estilo simplista do pixel art, além de optar por designs únicos para cenários e personagens. Tudo é colorido, cheio de personalidade e conta personagens bem executados. O desempenho do jogo foi ótimo no PlayStation 5, sem problemas pontuais. A trilha sonora ressoa entre os mundos e adota um tom mais frenético nos momentos de bullet hell, induzindo à adrenalina. 

Gamerdito (Veredito): 

TEVI é um título divertido e desafiador, com características visuais únicas e cheias de personalidade. Comete poucos deslizes pelo caminho e entrega uma boa aventura, apesar de a história muitas vezes se estender demais entre diálogos desnecessários, ainda mais sem uma tradução localizada. 

A mistura entre um jogo de plataforma e o estilo bullet hell funciona bem e entrega uma mecânica de jogabilidade funcional. O destaque, certamente, vai para a acessibilidade e a progressão de dificuldade, garantindo assim que TEVI demonstre seu potencial como um indie de destaque no PlayStation. 

Finalizo minha análise desta review de TEVI com uma nota 8/10.

Acompanhe um pouco do nosso vídeo de jogabilidade: 

Tevi - Gameplay minutos iniciais no PlayStation 5 (Sem comentários)

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Agradecemos à CreSpirit e Neverland Entertainment pela liberação da chave do jogo, nos proporcionando a oportunidade de realizar uma análise de TEVI na versão de Playstation 5 via plataforma PlayStation Store. 

A análise apresentada é completamente independente e não recebeu qualquer tipo de patrocínio ou influência externa. As opiniões expressas aqui são isentas de vínculos ou interesses relacionados.

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Repare que esta análise foi baseada no console PlayStation 5 e em outros similares da nona geração de consoles. Caso o título receba uma remasterização ou um remake daqui a alguns anos, essa review pode não representar essas futuras atualizações, servindo apenas como um meio de comparação entre a versão clássica e a atual.