Análise de Killer Klowns from Outer Space: The Game

Palhaços Assassinos do Espaço Sideral: O Jogo - Vale a pena jogar?

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Killer Klowns from Outer Space: The Game, desenvolvido pela Teravision Games/IllFonic e publicado pela IllFonic Publishing, é um jogo de terror/horror, assimétrico multiplayer baseado no filme cult conhecido no Brasil como “Palhaços Assassinos do Espaço Sideral”. Nele, os jogadores assumem o papel de cidadãos de Crescent Cove, tentando sobreviver evitando a captura pelos palhaços e a morte iminente. Por outro lado, alguns jogadores assumem o papel dos palhaços, focando na invasão alienígena e na captura dos humanos e da população local restante. 

Crescent Cove é o cenário perfeito para atividades em uma espécie de arena expansiva, que divide o grupo em sete humanos contra três palhaços. Itens e oportunidades táticas no cenário aumentam ainda mais a disputa. No entanto, jogos assimétricos podem levantar questões sobre o conteúdo limitado e o tempo que o público permanecerá entretido. A questão que surge é se Killer Klowns from Outer Space: The Game é uma aposta séria que merece ser considerada ou se o projeto da IllFonic é apenas uma verdadeira “palhaçada”? 

Palhaços assassino? Não leve o tema a sério!

O primeiro ponto a ser considerado sobre Killer Klowns from Outer Space: The Game é que ele se baseia em um título que não leva a sério a si mesmo. O filme Palhaços Assassinos do Espaço Sideral foi uma produção dos anos 80 com um orçamento bastante reduzido, que retratava um evento incomum em Crescent Cove, onde os moradores simplesmente buscavam viver suas vidas. Caracterizado pela falta de seriedade, amadorismo e comédia, o filme segue uma linha de humor negro, nunca assumindo totalmente o papel de um típico filme de terror repleto de gore. 

Em Crescent Cove, palhaços alienígenas invadem a cidade, iniciando a eliminação dos habitantes locais e envolvendo suas vítimas em casulos de algodão doce. Entre as armas utilizadas pelos palhaços do espaço para capturar humanos, estão desde armas de pipoca até marretas plásticas e até mesmo um cachorro feito de bexigas! Apesar de toda a sua história, roteiro e elementos questionáveis, a direção de arte adotada para certos cenários e até mesmo os próprios palhaços é fantástica. 

Quando observei o jogo com o título em inglês e seus palhaços, percebi que sua inspiração estava relacionada ao título que fez parte da minha infância, junto com outros clássicos como Poltergeist e um dos meus favoritos na época, A Coisa, também produzido com um orçamento limitado, mas que alcançava o auge da criatividade com sua sobremesa assassina! 

Killer Klowns from Outer Space: The Game – O Início

Killer Klowns from Outer Space: The Game não apresenta uma campanha ou narrativa aprofundada, sendo puramente multiplayer. As opções disponíveis são assumir o papel de um personagem humano ou palhaço em partidas que envolvem três palhaços e sete humanos. O número reduzido de palhaços talvez seja motivo de preocupação, mas o aspecto compensador são as poderosas armas e habilidades que possuem, enquanto os humanos tentam apenas sobreviver e coletar objetos para sua fuga. Os palhaços se concentram em caçar humanos e atrapalhar suas vidas espalhando algodão doce em suas rotas de fuga. As cutscenes equivalentes aos Fatalities de Mortal Kombat são interessantes e adicionam um toque especial às mortes ocasionais. 

Os humanos, por outro lado, devem, como mencionado anteriormente, sobreviver e escapar do local. O sistema de progressão não investe no equilíbrio e acaba destoando do aceitável, favorecendo os palhaços assassinos, tanto em habilidades quanto em opções de customização. 

Os movimentos dos palhaços, suas ações e atividades em jogo têm uma fluidez limitada, resultando em uma lentidão proposital que dá um “peso” ao personagem, enquanto os humanos são mais leves e dinâmicos. Obviamente, entre os confrontos, há mortes em ambos os lados, com a possibilidade de ressurreição, embora limitada. A ressurreição para os humanos ocorre apenas uma vez, enquanto para os palhaços, o ressurgimento acontece após 45 segundos durante a partida, um tempo que pode ser decisivo para que os humanos consigam alcançar seus objetivos no mapa. 

Em títulos assimétricos como este, a permanência em tela observando seus colegas após sua morte em atividades ainda em jogo são normais, no entando, o jogo adiciona um recuso divertido contendo mini jogos e a possibilidade de ajudar seus amigos com cartas de itens ou buffs, acertando os puzzles, algo perfeito para a espera de um possível retorno.

Momentos de diversão e possibilidades táticas

A jogabilidade é simples e divertida, especialmente quando jogamos com amigos, apesar da possibilidade de encontrar pessoas aleatórias. Questões táticas e o senso de humor são muito melhores quando jogamos em conjunto com amigos, pois podemos coordenar avisos sobre a presença de humanos ou palhaços, ou até mesmo perseguir um amigo em uma espécie de disputa. Os bots são péssimos e acabam preenchendo muitas partidas. Evite ao máximo essa experiência! 

Armas como espingardas, revólveres e até mesmo frigideiras estão disponíveis pelo mapa, sendo ótimas opções para eliminar ou desnortear os palhaços assassinos. Como palhaços, a opção de rastrear os humanos, utilizar armadilhas e se teletransportar pelo mapa são excelentes táticas quando bem utilizadas. A sinergia entre tantas opções garante um sistema colaborativo bem executado. 

Infelizmente, o sistema de saques deixa a desejar, onde diversos objetos interativos encontram-se basicamente vazios ou contendo elementos repetitivos, como hambúrgueres ou munição. Picolés também surgem com frequência e nosso inventário é limitado. O ideal seriam armas surgindo frequentemente e munições esporádicas, não o contrário, o que acaba atrapalhando a experiência, especialmente se seu sistema de localização ou memória são terríveis.

Após o impacto inicial da descoberta e minha imersão no jogo para avaliação de conteúdo, devo confessar que minha aversão por títulos assimétricos diminuiu minha expectativa quanto ao sucesso do jogo. Atuar como palhaços entre os combates garante uma diversão mais “tranquila”, enquanto os humanos precisam lutar pela sobrevivência e procurar itens tanto para se manterem vivos quanto para combater, com o nariz dos palhaços sendo um alvo recorrente e um ponto fraco das criaturas espaciais. 

Essa dinâmica proporcionou horas de diversão, mas cheguei a um ponto em que questionei se todo aquele processo repetitivo me manteria engajado por mais longas sessões de jogo ou se me faria voltar diariamente. A resposta foi, provavelmente não. 

Visuais aprimorados para os palhaços assassinos

Visualmente, apesar dos impressionantes gráficos investidos nos palhaços tanto na interface de usuário quanto dentro do jogo, diversos problemas visuais surgiram, como travamentos ocasionais e significativos problemas de animações e bugs visuais. Os modelos adotados para o desenvolvimento dos personagens humanos não possuem a mesma qualidade quando comparados aos palhaços, apresentando texturas de qualidade inferior. A ambientação é satisfatória, embora igualmente limitada durante a fase de teste do título. Espera-se que futuras expansões dos ambientes em que as atividades ocorrem proporcionem um maior conteúdo atrativo para o jogo. 

A trilha sonora se adapta bem ao ambiente e tema do jogo, sendo o ponto chave durante as partidas ao mudar conforme as ocorrências em jogo, mesclando sons característicos que remetem ao terror e às expectativas de uma trilha sombria, além de toques rítmicos frenéticos. 

Gamerdito (Veredito)

Killer Klowns from Outer Space: The Game desperdiça seu potencial entre diversas falhas e desequilíbrios táticos, resultando em um sistema de entretenimento que se limita a algumas horas de jogabilidade. Apesar dos visuais dignos de elogios para os palhaços e a interface, peca com uma série de bugs e escolhas questionáveis de modelagem para os personagens humanos. Quando esperamos que um título brilhe ao assumir o foco em um jogo multiplayer assimétrico, Killer Klowns from Outer Space: The Game segue um caminho oposto, resultando em um trabalho que acaba desperdiçado. 

Novidades, melhorias nas mecânicas de saque e equilíbrio na progressão são essenciais, além de conteúdos adicionais, para que este título mantenha a longevidade necessária, potencializando a diversão e o senso de jogo justo. No momento, acaba se tornando apenas mais um multiplayer assimétrico entre os demais. Se você busca por algo para entretenimento ocasional, este título pode ser uma opção. No entanto, se espera uma experiência mais consistente, receberá a velha sensação de tédio após longas horas de gameplay, especialmente quando os bots insistem em ser seus companheiros de jornada.

Finalizo minha análise desta review de Killer Klowns from Outer Space: The Game com uma NOTA – 7/10

Acompanhe um pouco do nosso vídeo de jogabilidade: 

Killer Klowns From Outer Space: The Game - Gameplay minutos iniciais no PlayStation 5 em PT-BR

Escolha sua plataforma favorita entre PC SteamPlaystation 5, Xbox Series S/X para adquirir o título em pré-venda, cuja estreia está agendada para o dia 4 de junho de 2024.


Agradecemos à Teravision Games e IllFonic Publishing pela liberação da chave do jogo, nos proporcionando a oportunidade de realizar uma análise de Killer Klowns from Outer Space: The Game na versão de Playstation 5 via plataforma PlayStation Store

A análise apresentada é completamente independente e não recebeu qualquer tipo de patrocínio ou influência externa. As opiniões expressas aqui são isentas de vínculos ou interesses relacionados.


Repare que esta análise foi baseada no console PlayStation 5 e em outros similares da nona geração de consoles. Caso o título receba uma remasterização ou um remake daqui a alguns anos, essa review pode não representar essas futuras atualizações, servindo apenas como um meio de comparação entre a versão clássica e a atual.

Killer Klowns from Outer Space: The Game: O jogo cumpre o que se espera do gênero; no entanto, com um pouco mais de ousadia, poderia se destacar como um dos principais.Jefão Calheiro
7
out of 10.
2024-06-01T19:25:40-0300
Jefão Calheiro
Jefão Calheiro
Entusiasta dos games, filmes de sci-fi, e nas horas vagas sonha em ser astrônomo amador. Acredito que todos possam ter suas opiniões onde devemos respeitá-las. Uma das minhas paixões é o maior Clube Brasileiro, o Flamengo! Vamos gamernéfilos que todos os dias há novidades =).

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